
O ministro lembrou, contudo, que a Alemanha ainda deve registrar um superávit em 2018, após 2017 ter rendido um excedente no orçamento de 36,6 bilhões de euros.
O governo alemão gastou menos do que arrecadou com impostos em todos os anos fiscais desde 2014, como resultado de um forte crescimento econômico, altos salários e taxas de desemprego que bateram recordes.
O país é frequentemente criticado pelos Estados Unidos e por aliados europeus por não investir o suficiente com seus excedentes. Em casa, parlamentares alemães pressionam o governo a aumentar o investimento público ou, então, promover um corte nos impostos.
Apesar da previsão de superávit em 2018, a economia alemã contraiu pela primeira vez em mais de três anos no terceiro trimestre do ano passado. Em resposta, o governo reduziu sua previsão de crescimento para 1,5-1,6%, abaixo dos 2,2% registrados em 2017.
Acredita-se que as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, os problemas na indústria automobilística alemã e a incerteza quanto à saída do Reino Unido da União Europeia contribuíram para essa desaceleração.
Taxa de solidariedade
Scholz mencionou o enfraquecimento da economia para justificar o fato de se opor à abolição completa da chamada "taxa de solidariedade" (Solidaritätszuschlag), um controverso imposto extra de 5,5% pago pelos alemães para financiar a unificação nacional e o reerguimento das regiões pertencentes à extinta República Democrática da Alemanha (RDA).
Os partidos que formam a coalizão de governo do país – a União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, a União Social Cristã (CSU) e o Partido Social-Democrata (SPD), de Scholz – defendem o fim dessa sobretaxa até 2021.
"Durante as negociações para formar uma coalizão concordamos, por uma boa razão, que os cidadãos com renda mais alta devem continuar pagando a taxa de solidariedade", lembrou Scholz. Segundo ele, isso significa que, a partir de 2021, 90% dos contribuintes podem ser isentos do imposto, o que resultaria em 10 bilhões de euros a menos para os cofres federais.
O ministro reiterou, contudo, ser contra abolir a sobretaxa para os que recebem maiores salários. "Esse não é o caminho certo, ombros fortes podem suportar uma carga maior, temos que reduzir a carga para aqueles com renda baixa e média", afirmou ele, acrescentando que vai apresentar ao gabinete, ainda neste ano, um projeto de lei para abolir apenas parcialmente a taxa.
EK/afp/efe/rtr/cp
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