Em artigo anterior, intitulado “Jornalismo Digital chega ao Ensino Médio com a aprovação da Base Nacional Comum Curricular”, destaquei a importância da entrada de funções e técnicas jornalísticas para alunos do Ensino Médio. Vai ser na escola, portanto, que as práticas de leitura, escuta, produção de textos (orais, escritos, multissemióticos) e a análise linguística/semiótica vão acontecer. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trata de campo jornalístico-midiático uma série de habilidades que serão desenvolvidas com essa geração que entrará no Ensino Médio. As escolas particulares e públicas têm até o final de 2020 para adaptarem-se a estas novas diretrizes curriculares. Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
Das 10 competências estabelecidas no documento, destaco as de número 5 e 7. São elas:
5ª - Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.
7ª - Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
Quando estas competências são alinhadas com as habilidades que serão desenvolvidas, a orientação para o professor é usar procedimentos de checagem de fatos noticiados e de fotos publicadas de forma a combater a proliferação de notícias falsas. Os alunos devem ser capazes de analisar o fenômeno da pós-verdade – discutindo as condições e os mecanismos de disseminação de notícias falsas e de desinformação. É preciso despertar uma atitude crítica em relação ao fenômeno e desenvolver uma postura flexível que permita rever crenças e opiniões quando fatos apurados se contradizem.
Espera-se que com essa formação a nova geração esteja mais atenta e alerta à disseminação de tanta notícia falsa gerada por aí no meios digitais. Ganha a sociedade, perdem os pinóquios. Para aplicar em sala, no site da Mídia Makers há material ilustrativo que pode ser usado gratuitamente.
Marcio Gonçalves é doutor em Ciência da Informação e líder do projeto “Aula Sem Paredes” (www.aulasemparedes.com.br). É professor de Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação no Ensino Fundamental I e II e no Ensino Médio na Escola Eliezer Max e docente no Ibmec, na Facha e na Unesa. É autor de livros nas áreas da comunicação social. O livro mais recente foi lançado pela Editora Matrix sob o título Inteligência Digital.
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