
Ao abrir a manifestação, o prefeito da capital polonesa, Rafal Trzaskowski, observou que agora é comum administrações de cidades de toda a Europa apoiarem marchas de orgulho LGBT. "Nem todo mundo tem obrigação de ir à Parada da Igualdade, mas todos deveriam respeitar os direitos das minorias", afirmou Trzaskowski diante da multidão. "É realmente importante para mim que Varsóvia seja uma cidade aberta, que Varsóvia seja tolerante.

Os direitos LGBT se tornaram um tema central do debate político nacional após Trzaskowski publicar uma "declaração dos direitos LGBT". Em um dos pontos, o texto reiterou o compromisso da cidade de tentar ajudar a encontrar abrigo para jovens gays rejeitados por seus pais. Em outro, prometeu incorporar diretrizes sobre educação sexual e tolerância da Organização Mundial da Saúde (OMS) no sistema escolar de Varsóvia.
O ministro da Educação da Polônia, empossado nesta terça-feira, descreveu a declaração de direitos LGBT como uma tentativa de aliciar crianças para pedófilos e disse que educação sexual é da responsabilidade exclusiva das famílias.
Ao explorar a questão durante as eleições europeias no mês passado, a direita governista conseguiu mobilizar sua base e dividir a oposição. Assim, o partido Lei e Justiça obteve uma vitória esmagadora no pleito para o Parlamento Europeu.Muitos na oposição concluíram que apoiar os direitos LGBT não os ajudou e agora estão tentando se afastar da questão antes das eleições nacionais, a serem realizadas em outubro ou novembro. Analistas dizem que o PiS quer repetir o sucesso de maio prometendo uma reação contra o liberalismo ocidental, se beneficiando, assim, das profundas divisões na sociedade a respeito das políticas em relação a minorias, meio ambiente, aborto e migração.
E na véspera do desfile em Varsóvia, um jornalista de extrema direita da televisão estatal, Rafal Ziemkiewicz, atacou duramente a comunidade LGBT. No Twitter, ele escreveu que "é preciso dar um tiro nas pessoas LGBT", antes de adicionar "não no sentido literal, claro – mas estas não são pessoas de boa vontade ou defensores dos direitos de ninguém, (o movimento é) uma nova mutação de bolcheviques e nazistas".
Slava Melnyk, líder da Campanha Contra a Homofobia, alertou sobre as possíveis consequências de tal linguagem provocativa. "As palavras dele são lidas por centenas de milhares de pessoas", disse ele. "É possível que uma dessas pessoas tome a sério literalmente a ideia de atirar em pessoas LGBT."
MD/ap/rtr/dpa/cp
Nenhum comentário:
Postar um comentário