
“Precisamos mostrar para o presidente [Jair Bolsonaro] que queremos trabalhar e o único jeito é derrubando. E para formar e limpar nossas pastagens, é com fogo”, disse um fazendeiro ouvido pelo jornal Folha do Progresso sob anonimato.
O panfleto que motivou o registro do boletim de ocorrência pelo jornalista traz uma foto de Piran editada, na qual ele aparece de chapéu, com cifrões estampados em seus óculos escuros, uma imagem de incêndio ao fundo e a frase: “Mentiroso, Estelionatário e Trambiqueiro”.
O panfleto também acusa o jornalista de inventar a notícia do protesto “dia do fogo”. “Não é de hoje que este senhor vem prejudicando nossa região com falsas notícias, que são compartilhadas por ONG´s e ativistas mundo afora, fazendo com que nossa cidade seja vista como vilã em queimadas e desmatamento, o que é mentira”, diz o panfleto.
À agência Amazônia Real, o jornalista Adecio Piran afirmou que, além de ameaças a sua integridade física, tem sofrido financeiramente com a situação, devido a uma campanha para que os anunciantes do jornal deixem de veicular material publicitário no veículo.
O Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará (Sinjor-PA) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) se manifestaram sobre as ameaças feitas contra o jornalista Adécio Piran. Em nota oficial, as entidades afirmam que "repudiam mais um atentado contra o exercício do jornalismo, da liberdade de imprensa e de expressão". O comunicado também pede providências ao Governo do Estado do Pará e de seus órgãos de segurança pública para "garantir a integridade física e os direitos do jornalista" e para que "sejam identificados e punidos os autores das ameaças".
Redação/Caminho Político
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