
Quarenta e nove anos depois do fim dos Beatles e 39 anos após o insólito assassinato de John Lennon, dá para imaginar o que seria do mundo sem quatro garotos de Liverpool e a sua avassaladora carreira que começou em 1960. A viagem começa a ficar mais hilária quando ele vai pesquisar no Google e não encontra nenhuma das 182 milhões de referências que lá constam sobre a banda.
O filme brinca também com o turbilhão causado pelos Beatles num tempo no qual ainda não existia nem o correio eletrônico nem celular. Facebook, Whatsapp, Twitter, Instagram não faziam parte do vocabulário e da vida de ninguém. Imagine Beatles com tudo isso?
Boyle tenta resgatar a delicadeza, a generosidade, a alegria e a inteligência tão em baixa no final da segunda década do século 21. Tempo no qual prevalece o ódio, a ignorância e a opressão. Trazer as canções dos Beatles à tona em uma fantasia que remete ao processo de tentativa de controle do artista por uma indústria ávida de lucro e mais lucro, reforça a importância da banda que encerrou suas atividades em 1970, justamente para não cair na mesmice e se insubordinar ao status quo.
O que seria da humanidade sem cultura, sem artes? Imagine o mundo não conhecer a teoria da relatividade de Einstein ou a evolução das espécies de Darwin ou ainda sem o materialismo dialético de Marx.
Imagine o mundo sem filosofia, sem os sonhadores, sem a utopia. Um mundo sem os Beatles, seria um mundo sem poesia e sem poesia é impossível imaginar a vida. Como poderíamos viver acreditando que a Terra é plana e o centro do Universo depois de Copérnico, Galileu e Newton? Essa é a viagem de Yesterday que começou há milênios antes ainda de Sócrates, Platão e Aristóteles e só terminará quando não houver mais vida inteligente no planeta Terra.
Afinal o que seria de nós sem o amor? O que seria da humanidade sem a arte, o que seria da vida sem o sonho? Yesterday é um filme sobre o hoje para projetar luz no amanhã. E que a arte de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr nos resgatem da escuridão.
Para mostrar a força dos Beatles, Malik avisa aos fãs a verdadeira autoria das canções e com ajuda de um amigo baixa todas elas na internet para mostrar que as coisas boas da vida são de graça, como diria Marcelo Jenecy.
Marcos Aurélio Ruy/Caminho Político
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