Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
Av. André Maggi nº 6, Centro Político Administrativo

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso

Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso
X SIMPÓSIO SOBRE DISLEXIA DE MATO GROSSO “TRANSTORNOS DO NEURODESENVOLVIMENTO”

terça-feira, 17 de setembro de 2019

"Deputados debatem dois projetos antagônicos sobre agrotóxicos"

Deputados que participaram da comissão geral sobre o uso de agrotóxicos debateram duas propostas antagônicas: o Projeto de Lei 6299/02, que facilita a liberação de novos pesticidas; e o Projeto de Lei 6670/16, que estabelece a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos. Quem presidiu a sessão foi o relator do projeto que flexibiliza o registro de novas substâncias, deputado Luiz Nishimori (PL-PR). Ele ressaltou que esse projeto foi discutido por mais de dois anos na comissão especial e que a legislação atual está obsoleta.Nishimori defendeu a desburocratização do País. “O projeto irá possibilitar maior produtividade, alimentos com preço acessível e vai trazer mais segurança alimentar para a população”, declarou. Segundo ele, a intenção é dar celeridade para o processo de análise dos produtos. “A demora impede que produtos mais modernos cheguem ao mercado. Temos uma fila de mais de 2 mil produtos, sendo que a maioria são genéricos”, disse. Ele afirmou que o tempo atual pode chegar a oito anos.
Já o relator do projeto que freia o uso de agrotóxicos, deputado Nilto Tatto (PT-SP), disse que a indústria química está por trás das iniciativas para flexibilizar o uso das substâncias.
“Produtor nenhum quer usar veneno. Quem quer flexibilizar a legislação para liberar mais agrotóxico são produtores de agrotóxico, a indústria química”, criticou.
Nilto Tatto disse que o modelo de latifúndio e com uso intensivo de equipamentos e agrotóxicos não matou a fome no mundo e, por isso, é necessário repensar o modelo da agricultura.Tatto afirmou que é preciso assistência técnica e outras ferramentas para reduzir o uso de agrotóxicos. “Não é de uma hora pra outra, num estalar de dedos, é preciso de incentivos”, destacou.
A líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), criticou o projeto que facilita a liberação de novas substâncias, mesmo sem testes conclusivos dos órgãos ambientais (Ibama) e de saúde (Anvisa).
“Não podemos contrapor a morosidade do registro contra a ausência de estrutura de fiscalização. Não podemos retirar a competência da Anvisa e do Ibama nem usar termos como 'risco aceitável' para falar da saúde da população”, disse Feghali.
Para a deputada, é preciso debater um modelo de desenvolvimento da agricultura em que a ganância e o lucro não se sobreponham à saúde das pessoas.
Redução
O deputado Zé Silva (Solidariedade-MG) afirmou que é necessário propor medidas para reduzir a quantidade de agrotóxicos nas lavouras brasileiras. “Faço um manifesto pela redução do uso de pesticidas do País”, disse. Para ele, é possível fazer isso com assessoramento técnico, extensão rural e outras medidas.
Já o deputado Sergio Souza (MDB-PR) defendeu a aprovação de uma norma mais simples para o registro dos produtos. “Tenho certeza de que o registro será aprimorado, se necessário”, declarou.Souza disse que apenas 7 dos 262 produtos autorizados pelo governo em 2019 são novas substâncias. “Os demais são genéricos e produtos técnicos”, ressaltou. Ele rebateu as declarações de convidados de que há liberação de novos produtos.
O deputado avaliou que o Brasil precisa dobrar a sua produção agrícola para atender às demandas de uma população mundial crescente. Segundo ele, é preciso confiar nos protocolos científicos e reprimir o mau uso das substâncias. “Estudos demonstram que não restam no alimento resíduos que venham causar problemas de saúde”, afirmou Souza.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli
Caminho Político

Nenhum comentário:

Postar um comentário