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domingo, 6 de outubro de 2019

“A arte da escutatória”, por Sergio Bialski

Resultado de imagem para Professor Sergio Bialski: Graduação, Pós-Graduação e Mestrado em Comunicação pela USP.Howard Gardner, psicólogo norte-americano e professor da Universidade de Harvard conhecido especialmente pela sua teoria das inteligências múltiplas, ensinou-nos que há inteligências desenvolvidas em maior ou menor grau, em cada ser humano. Uma delas é a ‘inteligência linguística ou verbal’, que não só se refere à capacidade de comunicação oral, mas a outras formas de linguagem, como a escrita e a gestual. Mas essa história é longeva e tem mais de 2 mil anos: na Grécia Antiga e em Roma a oratória foi estudada como parte da retórica, sendo que a composição e apresentação de discursos era considerada uma habilidade na vida pública e privada. Aristóteles, Cícero, Quintiliano e Platão estão entre alguns dos famosos autores clássicos que estudaram o tema, à medida que surgiam escolas onde a arte de falar em público era ensinada.
Desde tenra idade, portanto, aprendemos que saber se comunicar com clareza e assertividade é fundamental para o sucesso, pois abre portas para a carreira profissional, melhora relacionamentos e aumenta nossa credibilidade.
Como contraponto à arte de falar, Rubem Alves, psicanalista, escritor, teólogo, notório educador e profundo conhecedor da alma humana, certa feita disse que sempre vemos cursos de oratória sendo anunciados, mas nunca cursos de ‘escutatória’, já que todo mundo quer falar, mas ninguém quer ouvir.
Com efeito, encontramos o termo ‘escuta ativa’ associado à Psicoterapia e à Psicologia, com Carl Rogers, e o termo ‘escuta sensível’ com René Barbier Trata-se de compreender o outro, evitando o quanto possível uma pré-avaliação ou pré-julgamento. Para tal, é fundamental praticar a empatia. O ouvinte sensível não julga, não mede, não compara.
Aplicando a arte da escuta ao campo da Comunicação, são imensuráveis suas valiosas implicações em práticas como as de liderança, trabalho em equipe, gestão participativa, feedback e gestão de conflitos. A escuta ativa, sensível e sincera propicia o engajamento de todos os públicos com os quais nos relacionamos, estimulando-os a se expressarem e externarem suas necessidades, e evita alguns péssimos hábitos que temos, dentre eles: 1) nem sempre escutamos nossos públicos; 2) escutamos o que queremos; 3) escutamos apenas o necessário para responder; 4) simplesmente não escutamos nossos públicos.
Escutar é, portanto, um exercício de humildade do bom comunicador, que implica na auto-anulação temporária de nosso ego para centrar atenção no interlocutor, sem pré-julgamentos. Em uma sociedade que nos cobra sem piedade a auto-exposição, a atenção no outro e a escuta se transformaram em bens raros, afinal, o que interessa é que todos curtam, amem, comentem e compartilhem o que falamos, mas pouco nos importa o que eles falam. Colecionamos números quantificáveis e crescentes de “amigos-seguidores” nas redes sociais, numa eterna ânsia de preencher um vazio para que mais pessoas ouçam nossa voz ecoar aos quatro ventos.
Extrapolando para o mundo corporativo, as organizações precisam aprender a escutar genuinamente o público interno do mesmo modo que aprenderam, com o Marketing, a escutar o público externo. Ao longo de minha carreira, sempre percebi o quão desproporcional é a quantidade de canais oficiais para a empresa falar (Intranet, Comunicados Internos, Revista interna, Boletins internos, Mural, Rádio Corporativa, TV Corporativa, Vídeos, etc) versus os canais para a empresa escutar (Caixas de sugestão e Programas de Inovação sempre dão “trabalho demais”, como dizem os gestores, pois implicam na necessidade de ler, analisar e dar feedback para quem participa).
A falta de uma cultura do diálogo, resultante da ausência de um ambiente favorável à escuta e troca de ideias, mostra o quanto a comunicação ainda tem que avançar nas organizações.
Escutar é matéria-prima do diálogo e, quando exercida com maestria pela liderança, propicia engajamento, facilita a resposta criativa aos desafios, melhora a interação das pessoas em ambientes de diversidade cultural, estimula uma cultura participativa, abre caminhos para a resolução de conflitos e auxilia os gestores a lidarem com a adversidade. Escutar nos faz ver e sentir o outro, e é isso que dá sentido à nossa existência, na mais plena acepção da palavra. Se você ainda não levou a sério a arte da escutatória, está mais do que na hora de parar, pensar e praticá-la, passando a encantar - e não apenas satisfazer - os anseios dos públicos com os quais se relaciona.
Sobre o Professor Sergio Bialski: Graduação, Pós-Graduação e Mestrado em Comunicação pela USP. Possui mais de 20 anos de experiência no mundo corporativo, atuando como Gerente de Comunicação em empresas multinacionais. Palestrante e Professor universitário há 10 anos, nos cursos de Publicidade, Relações Públicas e Jornalismo. É ganhador do Prêmio "Professor Imprensa 2018", na categoria Professor Universitário, como “o mais inspirador professor de Comunicação da Região Sudeste do Brasil”, em votação pública. Para obter mais informações, acesse: www.sergiobialski.com.br

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