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sábado, 2 de novembro de 2019

"Levantem-se pelos mortos!

Um jardim popular em Paris leva o nome de Marielle FrancoDeclarações como a de Eduardo Bolsonaro refletem a ilusão de que reprimir adversários políticos pode resolver a briga pelo poder ou por ideologia. Os mortos não respeitam a lei do silêncio, escreve Astrid Prange.Caros brasileiros, Neste Dia de Finados me dei conta do quanto os mortos estão presentes na vida. Na vida pessoal e na política também. Por mais que tentamos esquecê-los, apagar ou deturbar suas memórias, eles voltam. No Brasil, é o caso Marielle Franco. Cada vez mais aparecem contradições. A intenção de acobertar o crime fica cada vez mais evidente. Nesse contexto pesado, Eduardo Bolsonaro ligou a metralhadora verbal. Insinuou que os protestos atuais no Chile poderiam acabar chegando ao Brasil. Tentou criar um cenário ameaçador dizendo que, caso haja um efeito de contágio no Brasil, um novo AI-5 poderia ser editado.
Será que a intenção dele era tira a atenção do caso Marielle e "proteger" o pai dele? Se for, o plano não deu certo. Mas a atitude dele revela em dose dupla a falta de respeito perante os mortos. Brasileiros mortos por motivos políticos, como Marielle e as vítimas da ditadura.
Mostra também a ilusão de que reprimir adversários políticos pode resolver a briga pelo poder ou por ideologia. Pois os mortos não respeitam a lei do silêncio. Os espíritos deles continuam rodando e "perturbando”, confrontando todo mundo com o passado.
Na Alemanha, infelizmente, a vontade de banalizar e minimizar os perigos da extrema direita também cresce. Faz pouco tempo, o partido populista de direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD) gerou enorme controvérsia ao comentar sobre o memorial aos judeus mortos no Holocausto em Berlim.
O chefe da AfD no estado de Turínga, Björn Höcke, afirmou que os alemães são "os únicos do mundo a ter plantado um monumento da vergonha no coração de sua capital". E continuou: "Essas políticas estúpidas de enfrentar o passado nos paralisam – tudo de que precisamos é de uma virada de 180 graus na política da memória".
Nas eleições estaduais de 27 de outubro, esse político ultradireita da AfD conseguiu 23,4 por cento dos votos. Foi uma vitória arrasadora, pois quatro anos atrás, o partido AfD tinha conquistado 10,6%.
Durante muitos anos, o crescimento da ultradireita na Alemanha foi banalizado. E com isso, também, a violência e os crimes antissemitas, xenófobos e racistas. Só com o escândalo do grupo terrorista Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), o erro ficou evidente, e um debate foi iniciado.
O grupo neonazista NSU foi fundado em 1999 com o "objetivo” de assassinar estrangeiros na Alemanha. Os integrantes do grupo mataram dez pessoas entre 2000 e 2007 e tentaram matar outras 43. As investigações, porém, excluíram motivos xenófobos durante muitos anos.
As vitimas da NSU foram assassinadas em plena democracia por motivos políticos. Como Marielle no Brasil. E como muitos outros líderes comunitários, ativistas e militantes políticos em diferentes regiões brasileiras.
No Dia de Finados, eles levantam a voz novamente. Morreram, mas os ideais continuem vivos. Eles precisam de aliados, como a democracia que precisa ser defendida. Os mortos governam juntos. Vamos nos levantar por eles.
Astrid Prange de Oliveira foi para o Rio de Janeiro solteira. De lá, escreveu por oito anos para o diário taz de Berlim e outros jornais e rádios. Voltou à Alemanha com uma família carioca e, por isso, considera o Rio sua segunda casa. Hoje ela escreve sobre o Brasil e a América Latina para a Deutsche Welle. Siga a jornalista no Twitter @aposylt e no astridprange.de.

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