
Dezessete dias após o início dos protestos contra a reeleição de Morales, pelo menos quatro unidades policiais bolivianas demonstraram apoio aos manifestantes, nas capitais Sucre (constitucional) e La Paz (executiva e legislativa), assim como em Cochabamba (no centro) e Santa Cruz (leste). Cenas de confraternização entre agentes policiais e manifestantes oposicionistas foram observadas em La Paz.
Antes da reunião de emergência, o ministro da Defesa Javier Zavaleta anunciou que Morales, que é constitucionalmente o capitão geral das Forças Armadas, dera ordens para que as Forças Armadas não intervissem: "Nenhum militar vai às ruas de qualquer cidade do país", afirmou. Admitindo a ocorrência de um motim policial na cidade de Cochabamba, Zavaleta garantiu que relatos de revoltas policiais semelhantes em outras zonas do país são "boatos".
O Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) boliviano rejeitou nesta sexta-feira as alegações de irregularidades nas apurações do voto eletrônico, evocando um relatório da empresa de auditoria Ethical Hacking, que não teria encontrado "qualquer alteração de dados". Segundo a imprensa nacional, contudo, o presidente da companhia, Álvaro Andrade, apontou "vulnerabilidades" na contagem.
O líder cívico Luis Fernando Camacho exortou os militares, através do Twitter, a "apoiar a cidadania mobilizada". Camacho tornou-se o principal opositor de Evo Morales, exigindo que renuncie ao cargo de presidente, devido a suposta fraude eleitoral nas eleições de outubro.
Os protestos na Bolívia duram mais de duas semanas, depois de oposição e movimentos civis terem denunciado fraudes na contagem dos votos a favor do presidente, que a comissão eleitoral deu como vencedor para cumprir um quarto mandato. Os comitês da oposição não reconhecem a vitória e exigem a renúncia de Evo Morales e a repetição do escrutínio.
AV/lusa,efe/cp
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