
Durante seu interrogatório em 2019, Carole negou tanto seu envolvimento nas irregularidades quanto conhecer um executivo indiano vinculado à operação, apesar de ter trocado mensagens com ele em várias ocasiões. A Promotoria a acusou de perjúrio, de acordo com uma declaração divulgada pela emissora japonesa NHK.
Autoridades suspeitam ainda que Carole teria ajudado o marido a fugir. Ao ser libertado sob condições, Ghosn foi proibido de se encontrar com a esposa, o que seria um dos motivos que o levaram a deixar o Japão.
Um porta-voz da família Ghosn afirmou que o mandado de prisão contra Carole é "patético" e anunciou uma coletiva de imprensa do ex-executivo na próxima quarta-feira em Beirute. Essa será sua primeira aparição diante dos jornalistas desde que foi preso pela primeira vez, em novembro de 2018.
Ghosn nega as acusações e alega ser vítima de um complô da Nissan e do governo japonês para evitar uma integração maior da montadora com a Renault. O Ministério da Justiça japonês busca uma brecha nas leis libanesas para conseguir a extradição do ex-executivo, a fim de que ele seja julgado no país. O Líbano e o Japão não possuem um tratado que possibilite esse tipo de deportação.
Carole liderou uma campanha para a libertação do marido, insistindo em sua inocência e criticando os promotores japoneses pelo que chamou de maus-tratos na prisão. Impedida de visitar o marido, ela apelou à Casa Branca e ao presidente francês, Emmanuel Macron, por apoio a sua soltura.
Antes de fugir para o Líbano em dezembro, onde se encontrou com a esposa, Ghosn aguardava julgamento em prisão domiciliar por acusações de fraude fiscal e má conduta financeira.
Ele foi preso na noite de 19 de novembro de 2018, ao desembarcar de um jatinho no aeroporto de Haneda, em Tóquio. Após mais de três meses, o executivo foi libertado mediante uma fiança equivalente a 8 milhões de dólares. Detido novamente quatro semanas depois, ele saiu da cadeia após 20 dias para cumprir prisão domiciliar em Tóquio.
Ghosn fugiu do Japão através do aeroporto de Osaka, aparentemente aproveitando uma brecha de segurança na revisão de grandes bagagens em terminais de aeronaves particulares.
A Nissan assegurou nesta terça-feira que a fuga de Ghosn não implicará o fim dos processos contra ele: "A empresa continuará a tomar as medidas legais apropriadas para responsabilizar Ghosn pelos danos causados por sua má conduta."
CN/rtr/efe/lusa/afp/ap/cp
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