
O Senado de Berlim já proibiu eventos com mais de 50 participantes. Parece só uma questão de tempo até universidades, escolas, jardins-de-infância, restaurantes e cinemas serem fechado em todo o país, como já ocorre na Itália.

A decisão anterior, de cancelar todos os eventos com mais de mil participantes, lhe parecia insuficiente: seria preciso fechar todos os locais onde as pessoas se reúnem, "senão, não vamos mais poder controlar". Afinal, contato social não é apenas a base da felicidade humana, argumentou Larscheid: proximidade também pode provocar doenças, se vírus passam de pessoa a pessoa.Enquanto a Espanha decretou quarentena generalizada, na Itália todos os estabelecimentos, exceto supermercados e farmácias, estão fechados. Bares, restaurantes e até mesmo salões de cabelereiro cerraram as portas. O primeiro-ministro Giuseppe Conte em pessoa anunciou a medida, numa mensagem de vídeo.
"Há apenas poucos dias, lhes pedi para mudarem seus hábitos e permanecerem em casa. Eu estava ciente de que esse era um primeiro passo, e que não seria o último. É tempo de dar mais um passo."
O secretário da Saúde do estado da Renânia do Norte-Vestfália, Karl-Josef Laumann, respondeu que a política não podia tomar medidas "que sejam desproporcionais e portanto desencadeiem histeria". A partida da Bundesliga entre Borussia Mönchengladbach e Borussia Dortmund transcorreu naquele fim de semana diante de mais de 50 mil espectadores, a apenas 40 quilômetros de Heinsberg, a cidade mais afetada pela covid-19.Apenas alguns dias mais tarde, a situação mudou completamente: jogos de futebol e outros eventos com plateia são praticamente impensáveis. Em 12 de março a Filarmônica de Berlim tocou um sofisticado programa de música moderna para uma sala de concertos de 2.440 assentos totalmente vazia. Como consolo, disponibilizou grátis a transmissão ao vivo em seu Digital Concert Hall.

Na última semana de fevereiro, o número de passageiros do Aeroporto de Frankfurt caiu 14,5%. O setor taxista registrou queda de faturamento de até 40%, e propõe que possuidores de assinaturas mensais ou anuais para o transporte público possam viajar de táxi pela metade do preço.Quem viaja de ônibus em Berlim, só pode entrar pelas portas traseiras, a fim de não contagiar o motorista. E os trens de longa distância são agora limpos a cada duas horas, em vez das usuais quatro; portas, maçanetas e compartimentos de bagagens são desinfetados.
O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, acusou recentemente diversos governos nacionais por não tomarem medidas suficientes para conter a pandemia do coronavírus.
"Estamos profundamente apreensivos que alguns países não encarem essa ameaça com o empenho político que seria necessário para controlá-la", declarou em Genebra. Não está claro a que países ele se referia, mas é bem possível que a crítica também incluísse a Alemanha.
Oliver Pieper, Augusto Valente/Caminho Político
Edição: Régis Oliveira
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