
As propostas para atender a população mais vulnerável correspondem a 83,4 bilhões de reais do pacote. Entre elas estão a antecipação de duas parcelas do 13º a aposentados e pensionistas, o adiantamento do abono salarial para junho e um reforço no Bolsa Família, para a inclusão de 1 milhão de beneficiários ao programa.
O governo anunciou também a transferência de recursos do Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e autorização de novos saques.
Já as medidas para preservar os empregos incluem o adiamento por três meses do pagamento da contribuição das empresas para o FGTS, e a redução pela metade das contribuições ao Sistema S por esse mesmo período. Será ainda liberado crédito para as micro e pequenas empresas.
Para controlar a epidemia, o governo destinará 4,5 bilhões do fundo do seguro veicular obrigatório DPVAT para o Sistema Único de Saúde (SUS) e zerará as alíquotas para a importação de produtos médicos e hospitalares, além de desonerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bens necessários no combate ao coronavírus.
"Precisamos também fazer o contra-ataque para atenuar os impactos econômicos, e os impactos podem ser sérios. Então o que estamos fazendo aí é um esforço inicial. Apesar de ser essa magnitude, ele é inicial", disse Guedes.
O ministro pediu que o Congresso aprove reformas e a privatização da Eletrobras para liberar mais recursos para os cofres públicos.
O possível impacto do coronavírus na economia brasileira ainda não foi dimensionado, mas o governo já reduziu a previsão de crescimento para este ano para 2,1%, em comparação com os 2,4% projetados no final do ano passado.
Segundo pesquisa realizada pelo próprio Banco Central com analistas de entidades privadas e divulgada nesta segunda-feira, a economia do país crescerá este ano 1,68%, ante 2,23% que havia sido calculado duas semanas atrás.
A economia brasileira ainda não se recuperou da recessão do período 2015-2016, na qual perdeu sete pontos percentuais. Desde então, mantém uma recuperação lenta e insuficiente, o que a levou a crescimento de apenas 1,3% em 2017 e 2018, uma taxa que caiu para 1,1% em 2019.
O surto da covid-19 começou na China, em dezembro, e se espalhou por mais de 140 países. Com mais de 55 mil casos confirmados e 2,6 mil mortes, a Europa se tornou o novo epicentro da pandemia. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 234 casos confirmados e 2.064 suspeitas.
CN/ots/abr/cp
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