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segunda-feira, 30 de março de 2020

"Sexta-feira, Papa Francisco e a solidão"

"Sexta-feira passada foi o dia do Papa Francisco. Não é a primeira vez que Sua Santidade está no centro das atenções, não apenas de Roma e não apenas da Igreja Católica, mas do mundo inteiro", escreve Eugenio Scalfari, jornalista e fundador do jornal italiano La Repubblica, em artigo publicado por La Repubblica e Caminho Político. A tradução é de Luisa Rabolini. Segundo ele, "uma situação de total solidão como a da outra noite nunca havia ocorrido e que essa é uma verdadeira revolução religiosa, da qual será extremamente interessante ver as consequências".
Eis o artigo.
Sexta-feira foi o dia do Papa Francisco. Não é a primeira vez que Sua Santidade está no centro das atenções, não apenas de Roma e não apenas da Igreja Católica, mas do mundo inteiro e do único Deus que fala aos seus fiéis. Francisco conhece muito bem aquela Vida após a morte e a interseção que dela decorre: "A poucos passos do portão central da Basílica de São Pedro, mantido aberto no local de culto deserto, centro do cristianismo, o Papa Francisco está em pé e em silêncio. Atrás dele o ícone de Santa Maria e o crucifixo objeto da veneração dos romanos, que a tradição reza que em 1500 salvou a cidade da peste. Abaixo, seis castiçais iluminam o átrio da igreja. Somente o monsenhor Guido Marini, mestre de cerimônias pontifícias, o acompanha, o ajuda a subir os longos degraus do átrio e ouve com ele um leitor cantar a passagem do Evangelho de Marcos, que fala da desorientação e do medo dos discípulos quando são surpreendidos por uma tempestade repentina no barco. Ao redor, as palavras são abafadas por algumas sirenes de ambulâncias que conseguem às vezes se sobrepor à voz um tanto fatigada do papa".
Isso foi escrito por Paolo Rodari, que naquele momento atuou como correspondente do nosso jornal procurando contar o que Sua Santidade estava fazendo. Há outra frase do Papa que Rodari ressalta: "Deus, não nos deixe na tempestade", uma frase bastante incomum que vê o Papa solicitar algo ao Senhor, coisa que jamais havia acontecido antes: é uma invocação que Sua Santidade de alguma forma deixa escapar.
No entanto, a noite de Francisco é longa e ocorre parcialmente ao ar livre, em frente à porta da Basílica e em parte do lado de dentro, e mostra traços extremamente singulares, de acordo com o teólogo Alberto Maggi, que acompanha os movimentos do Papa com muita atenção: "Assim Francisco ensina-nos a redescobrir o divino que está dentro de nós".
Pessoalmente, eu me encontrei com Sua Santidade várias vezes desde a sua nomeação em 2013 e o que aconteceu nessa circunstância não me surpreende. Nós nos conhecemos e nos encontramos poucos meses após sua eleição na sala onde ele recebe, no térreo do palácio de Santa Marta, que é o lugar onde mora. Lembro-me muito bem de que Sua Santidade naquele primeiro encontro me disse que ele havia adotado aquele nome porque Francisco de Assis era um místico constantemente em contato com Deus, Francisco não é um místico e, por esse motivo, adotou aquele nome que não se assemelha a ele em nada na substância, mas o seduz extremamente. A atitude desse Papa é a lógica e o desejo de reconstruir a Igreja, atualizando-a para as características da sociedade moderna que começa por Montaigne e pelo esclarecimento de Voltaire e Diderot.
Falei longamente sobre o Iluminismo com Sua Santidade e depois sobre toda a modernidade que se seguiu àquele começo. Desse ponto de vista, o Papa Bergoglio é um revolucionário que vê uma Igreja moderna e uma modernidade revolucionária tanto para a Igreja como para a sociedade e para a construção de um Deus único, que não é apenas aquele descrito e venerado pelos católicos e também pelos protestantes, mas é único no mundo, mesmo que desperte religiões específicas entre os povos.
Aparentemente específicas, mas não na substância, porque (diz Bergoglio) existe um único Deus venerado de várias maneiras pelos povos da terra, que devem, portanto, se irmanarem para que sua veneração seja ciente e permita a irmandade que o Papa Francisco defende e pratica, visitando muitas vezes Países com religiões aparentemente diferentes, mas únicas na substância e que de tal forma devem ser tratadas. Devo acrescentar que uma situação de total solidão como a da outra noite nunca havia ocorrido e que essa é uma verdadeira revolução religiosa, da qual será extremamente interessante ver as consequências.
Quanto a mim, pessoalmente, que sou, como bem se sabe, um "não crente", é uma novidade absolutamente única este Pontífice que está trabalhando para uma igreja que desempenha duas funções contemporâneas: construir uma igreja moderna da qual derive uma sociedade ao mesmo tempo moderna e religiosa. Um Papa que passa uma noite na situação que vimos, nunca tinha sido visto antes.
La Repubblica e Caminho Político

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