Muitos leitores não compreendem o gigantismo da obra do Marechal Rondon que levou o presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt (1904-1912), a exclamar para o mundo “nunca vi nem conheço obra igual” e olha que o gringo construiu o canal do Panamá. O nosso Steve Jobbs da época tornou-se com menos de 40 anos uma lenda viva! Era impressionante a curiosidade que Rondon, ainda jovem, despertava em todo o Brasil e começava a ganhar fama internacional. É, com certeza, o brasileiro mais homenageado de todos os tempos no Brasil e no Exterior. A admiração por Rondon era tanta que em 06 de fevereiro de 1910, o Carnaval foi interrompido para saudar a chegada do ‘Guerreiro da Paz’ ao Rio de Janeiro. Rondon foi convidado pelos 2 grandes partidos de Mato Grosso em 1918 a ser o governador do Estado por consenso. Intimado pelo governador do Rio Grande do Sul (Borges de Medeiros) e pelos comandantes do Exército no sul do país a liderar a revolução de 1923.
Disse não aos dois convites. Cândido Mariano trabalhou em várias frentes: linhas telegráficas, inspeção e demarcação das nossas fronteiras internacionais, na política de proteção e promoção dos índios e como cientista.
Linhas telegráficas: foram mais de 4.000 km, ligando a região do Alto Araguaia a Manaus e seus ramais, cumprindo um projeto estratégico nacional, projetado desde 1880.
Convivendo com Constant, tornou-se um positivista convicto e ardoroso para o resto de sua vida, inclusive membro da Igreja positivista.
Nas intermináveis jornadas pelos grotões e selvas brasileiras, Rondon tinha clareza da importância do seu papel, e apesar das dificílimas e extenuantes tarefas de levar as linhas telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas, interligando o país, fez o primeiro trabalho de interdisciplinaridade do Brasil.
O filho do Pantanal transformou suas jornadas em expedições científicas, tendo como companhias cientistas e estudiosos do calibre de Adolfo Luiz, Edgard Roquette Pinto, Jaguaribe de Matos, Júlio Caetano Horta Barbosa.
Cândido Mariano da Silva Rondon contribuiu com a Botânica, Zoologia, Mineralogia, Geologia, Etnografia, Geografia, Antropologia, Cartografia e em outras áreas do conhecimento. Foi o segundo homem do mundo a ter seu nome num meridiano do globo terrestre, ganhou diversos títulos, “Doutor Honoris Causa” de várias universidades internacionais e indicado pelo cientista Albert Einstein, dentre três indicações, para o prêmio Nobel da Paz.
Contaminado pelos últimos anos da luta pela absolvição da escravidão, participe da Proclamação da República, positivista convicto, estudioso de diversas ciências e militar exemplar, Rondon foi um dos maiores nomes da nossa história nacional.
Wilson Santos é professor de História e deputado estadual por Mato Grosso
Nenhum comentário:
Postar um comentário