
Primeiro caso confirmado
Alguns dias atrás, um refugiado se sentiu doente. Ele foi à enfermaria mais próxima, onde um médico suspeitou de covid-19, devido aos sintomas. Um teste foi enviado a um laboratório em Bangladesh, que confirmou a suspeita.

Ajuda adicional necessária
"Apesar de todos os preparativos, um alastramento que seria catastrófico no campo dificilmente pode ser evitado sem apoio adicional", alerta Manish Agrawal, diretor do IRC em Bangladesh. "As instalações médicas já estão superlotadas de qualquer maneira. Faltam os equipamentos necessários, equipe médica e espaço suficiente para tratar os doentes."

"A densidade populacional é 1,6 vezes maior do que no navio Diamond Princess, no qual o vírus se espalhou quatro vezes mais rápido que em Wuhan, na China, durante o pico do surto", explica Agrawal. Wuhan é a capital da província central chinesa de Hubei. Ali, o novo coronavírus Sars-Cov-2 foi descoberto pela primeira vez.
Conscientização é importante, mas difícil
Apesar de várias campanhas de informação na língua rohingya, Agrawal vê uma grande falta de conhecimento sobre a pandemia entre os refugiados. Isso também se deve às restrições da internet que Bangladesh impôs para conter a disseminação de boatos e informações falsas.
"As restrições de internet e de celulares no campo levaram à falta de informações precisas sobre o vírus e sobre como se proteger. As restrições também dificultam que as organizações humanitárias respondam rapidamente ao surgimento de um caso", diz Agrawal.
O IRC não conseguiu confirmar à DW se a notícia sobre o primeiro caso confirmado já havia se espalhado no próprio campo de refugiados.
A organização de ajuda alemã Care endossa os apelos do IRC. A Care atua nos campos desde o final de 2017. Mais recentemente, a ONG distribuiu pacotes de higiene e equipamentos de proteção contra o vírus nos campos de refugiados.
"Os rohingya já sofreram traumas terríveis. Portanto, instamos a comunidade internacional a fornecer apoio financeiro para organizações de ajuda que trabalham em Bangladesh", apela Deepmala Mahla, diretora regional da Care para a Ásia.
Rodion Ebbighausen (md)Caminho Político
Edição: Régis Oliveira
Foto: S.Raham
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