Porta-voz de política externa critica gestão brasileira na pandemia de covid-19 e pede que governo Merkel não se cale diante de "ameaça de Bolsonaro à democracia, Estado de Direito e sobrevivência da Amazônia". O Partido Verde alemão cobrou uma postura do governo da chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, em relação ao presidente Jair Bolsonaro, diante do avanço da pandemia de
Nouripour lembra ainda o impacto da covid-19 entre os povos indígenas. Somente na Amazônia, 731 casos do novo coronavírus foram confirmados e 116 mortes, de acordo com os dados mais recentes da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). O deputado diz que há "cinismo misantropo grave" quando se leva em conta que os indígenas são afetados "de forma desproporcional pela propagação do coronavírus". "Bolsonaro é, sem dúvida, uma ameaça à democracia, ao Estado de Direito, aos direitos humanos e à sobrevivência da Amazônia. O governo alemão precisa se posicionar categoricamente em relação a isso e não deve continuar aceitando silenciosamente as consequências para os cidadãos brasileiros", encerrou Nouripour. O Brasil é um dos países mais afetados pela pandemia de covid-19 e bateu nesta quinta-feira novamente o recorde no número diário de casos, com 26.417 novos registros em apenas 24 horas. Ao todo, o país acumula 26.754 mortes e 438.238 casos confirmados da doença. O comunicado foi divulgado depois de diversos parlamentares alemães, inclusive Nouripour, terem repudiado as declarações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, durante uma reunião ministerial com o presidente Jair Bolsonaro no dia 22 de abril. Na reunião ministerial, cujo vídeo foi tornado público pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, Salles destacou que o fato de a imprensa estar com as atenções voltadas para a pandemia apresentava uma oportunidade para o governo alterar leis, cujas mudanças em circunstâncias normais poderiam ser recebidas com fortes críticas pela mídia e pela opinião pública. Questionado pela DW Brasil sobre as declarações de Salles, o Ministério alemão do Meio Ambiente não quis comentar as falas.
CN/ots/cp
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