
No período que antecedeu a copa, gestores públicos dos mais variados níveis, das mais diferentes localidades, esbanjaram, em nome de um padrão, todo o dinheiro que puderam na construção de estádios e outros equipamentos públicos. Antes de entrarmos na esfera local para resgatarmos este problema, vamos apenas falar do Estádio Mané Garrincha, construído em Brasília, que custou mais de R$ 1,7 bilhão e, mesmo antes da pandemia suspender as aglomerações em eventos esportivos, estava às moscas.
Falar das obras da copa em Mato Grosso não serve para resgatarmos nossa memória. Quem vive em Cuiabá e Várzea Grande tem, bem no meio das duas cidades, uma verdadeira cicatriz da corrupção, as obras inacabadas de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que nos lembram o tamanho do mal causado por este crime. Podemos seguir para um centro de treinamento entregue recentemente, um estádio com sérios problemas estruturais, entre outras instalações, todas, como bem disse o ex-governador que comandava a equipe responsável pela construção, infectadas pelo vírus da corrupção.
Estudando o passado era de se prever que haveria alguma tentativa de se aproveitar desta crise sanitária, humana, econômica, ambiental, a maior de nossa geração. Mas jamais se imaginaria que o roubo ocorresse de forma tão escancarada, tão vil, tão baixa, com seus partícipes demonstrando claramente não possuir nenhum pingo de empatia, amor ao próximo, solidariedade, nada positivo.
Parabéns à polícia e aos órgãos de controle, que desta vez estão atuando de forma muito mais célere e proativa do que há seis anos. Que todos estas pessoas, após o devido processo legal, sejam punidas com o rigor da lei e que ao estudarmos os tempos de hoje quando eles forem passado, tenhamos superado o mal que mais nos assola: a corrupção.
Fábio de Oliveira é advogado, contador e mestre em ciências contábeis
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