
A breve experiência com o trabalho remoto (home office), por exemplo, deverá levar à transformação gradativa das relações de trabalho, e acelerar o modelo de trabalho flexível (a GIG economy). Com isso, as pessoas terão menor necessidade de deslocamento e poderão escolher locais mais agradáveis ou mais baratos para morar. O vetor de concentração populacional, que vinha apontando para os grandes centros urbanos e os conglomerados de escritórios das grandes empresas, perderá força e a população, gradativamente, será mais bem distribuída. As grandes cidades sofrerão transformações significativas em suas dinâmicas, demandando a revisão da estrutura de serviços públicos e incentivando o desenvolvimento de negócios locais. Em 10 anos, veremos uma redução da concentração do PIB e novos polos de desenvolvimento espalhados pelo país. Tudo isso porque parte da população foi obrigada a passar alguns meses trabalhando em casa.

O mundo seguirá dando as mesmas voltas, mas as experiências disruptivas que vivemos neste ano colocaram em marcha processos de mudança que terão desdobramentos surpreendentes.
Flavio Ferrari é coautor do livro “Acumen – The future castles’ stones”
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