
Apesar de uma dura repressão policial, que já deixou milhares de feridos, ao menos dois mortos e quase 7 mil detidos, as manifestações têm crescido e se tornaram o maior movimento antigoverno desde que Lukashenko assumiu o poder, em 1994. A violência de policiais contra manifestantes aumentou ainda mais o impulso para que os bielorrussos saíssem às ruas.Depois que Lukashenko convocou seu próprio ato pró-governo na Praça da Independência em Minsk, manifestantes opositores se reuniram em um memorial da Segunda Guerra Mundial em outra parte da cidade, entoando gritos de "Fora!" e "Renuncie!".
Participantes da chamada "Marcha pela liberdade" carregavam flores, balões e bandeiras nas cores vermelha e branca – símbolo da independência do país – , além de cartazes com dizeres como "Somos contra a violência" e "Lukashenko deve responder pela tortura e pelos mortos".
Falando a uma pequena parte da multidão por meio de um alto-falante, Maria Kolesnikova, uma das três líderes mulheres da oposição, fez um apelo aos oficiais da lei e diplomatas de Belarus: "Esta é a última chance de vocês lutarem contra o seu medo. Todos nós estávamos com medo também. Juntem-se a nós e nós os apoiaremos", declarou a oposicionista.
Ato pró-Lukashenko
Outras milhares de pessoas saíram às ruas de Minsk também neste domingo, no primeiro ato em apoio ao presidente bielorrusso desde a eleição. Imagens transmitidas por emissoras locais mostraram manifestantes pró-governo lotando a Praça da Independência, com alguns gritando "Por Lukashenko" e outros vestindo camisetas que diziam "Nós concordamos".
A imprensa local relatou que alguns funcionários do governo foram pressionados a participar do protesto, enquanto fotos de ônibus cheios de manifestantes chegando à capital foram compartilhadas nas redes sociais.
Observadores independentes estimam a presença de 10 mil pessoas no ato, enquanto a agência de notícias estatal Belta reportou 50 mil manifestantes.

Ele também rejeitou pedidos de novas eleições. "Lituânia, Letônia, Polônia e, infelizmente, nossa amada Ucrânia ordenam que realizemos novas eleições. Se deixarmos que eles nos guiem pelo nariz, seremos retidos. Então pereceremos como nação", alertou.

Aos seus seguidores, o presidente pediu ajuda neste domingo: "Queridos amigos, chamei vocês aqui não para me defenderem, mas para defenderem seu país e sua independência." Segundo ele, pela primeira vez em um quarto de século, "o país, as famílias, as crianças e as mulheres" precisam de proteção. "Pela primeira vez na minha vida, estou de joelhos diante de vocês", completou.
Ajuda russa

"A Rússia confirmou sua prontidão em fornecer a assistência necessária para resolver os problemas com base nos princípios do tratado da União de Estados e também, se necessário, através da Organização do Tratado de Segurança Coletiva", diz a nota.
No telefonema deste domingo, os dois líderes voltaram a debater a situação política em Belarus após as eleições presidenciais do último dia 9, "incluindo a pressão exercida sobre o país a partir do exterior", diz o texto, sem especificar a qual país ou entidade estaria se referindo.
Em seu discurso durante o ato pró-governo, Lukashenko expressou preocupação com exercícios militares da Otan nas vizinhas Polônia e Lituânia, lançando acusações de que a aliança militar estaria enviando tanques e aviões para a fronteira oeste de Belarus – o que a Otan negou.
EK/afp/efe/rtr/ap/dpa/ots/cp
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