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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Malta condena assassino de jornalista que expôs corrupção de políticos do país

Repórter sofreu atentado a bomba após apontar envolvimento da esposa e do chefe de gabinete do então primeiro-ministro maltês em escândalo. O assassino da jornalista investigativa Daphne Caruana Galizia, que revelou suspeitas de corrupção envolvendo políticos do alto escalão do governo de Malta, foi condenado nesta terça-feira (23/02) a 15 anos de prisão por um tribunal do país.
Galizia foi morta em outubro de 2017, quando uma bomba colocada em seu carro destruiu completamente o veículo. Ela era autora de um dos blogs mais populares da ilha e havia apontado a participação de políticos malteses nos Panama Papers – escândalo mundial de corrupção que envolveu o uso de empresas para esconder dinheiro, divulgado em 2016 pela imprensa de vários países.
Vincent Muscat, um dos três acusados pelo crime, confessou ter participado do assassinato de Galizia, enquanto negociava um acordo com o Ministério Público pela redução da pena, segundo informou o jornal Times of Malta. Os irmãos George e Alfred Degiorgio também são acusados de instalar e detonar a bomba, mas se declaram inocentes. Todos os três têm antecedentes criminais.
Em um comunicado publicado no site da fundação que leva o nome da Galizia, a sua família disse esperar que "este passo comece a levar à Justiça plena" para esclarecer o que aconteceu com ela. O advogado da família afirmou que Muscat privou a jornalista "de seu direito à vida e de desfrutar de sua família, inclusive de seus netos, que nasceram após seu assassinato".
Muscat quebrou a estratégia da defesa dos três suspeitos e admitiu os crimes contra eles, apesar de a juíza Edwina Grima o ter alertado para a gravidade da sua declaração. Ele havia pedido perdão à acusação em janeiro e, embora tenha sido negado, continuou a cooperar para tentar obter a redução da pena.
Escândalo atingiu governo
Morta aos 53 anos, Galizia havia saído de sua casa na cidade de Mosta, a menos de 15 quilômetros da capital maltesa, Valeta, quando a bomba explodiu. Ela havia descoberto suspeitas de corrupção que atingiram o então primeiro-ministro do país, Joseph Muscat, que não tem parentesco com o assassino condenado nesta terça.
A apuração de Galizia apontou como envolvidos no esquema a mulher do primeiro-ministro, Michelle Muscat, o ministro da Energia do país e o chefe de gabinete do premiê, que teriam offshores no Panamá para receber dinheiro do Azerbaijão. Todos negaram as acusações.
"Há bandidos em todos os lugares que você olha. A situação é desesperadora", escreveu a repórter em um artigo publicado meia hora antes de sua morte. Ela havia prestado uma queixa na polícia duas semanas antes do atentado afirmando que estava recebendo ameaças.
Após o atentado, o primeiro-ministro admitiu que Galizia era uma crítica ferrenha de seu governo, "tanto politicamente como pessoalmente", mas afirmou que "ninguém pode justificar um ato bárbaro como esse" e pediu todos os esforços possíveis para que os autores do crime sejam levados à Justiça.
Envolvimento de empresário
Além de Muscat e dos irmãos Degiorgio, suspeitos de terem fabricado, colocado e feito explodir a bomba que matou a jornalista, um quarto homem ligado ao caso, Yorgen Fenech, um dos empresários mais importantes do país, foi preso em novembro de 2019 no seu iate quando tentava fugir.
A detenção de Fenech aconteceu depois de o primeiro-ministro garantir que daria imunidade a um homem suspeito de ter sido intermediário no assassinato em troca de seu testemunho no caso.
Quando foi preso, Fenech era diretor e coproprietário da Electrogas, empresa que ganhou um contrato de energia em 2013 do governo maltês para a construção de uma usina, e dono da 17Black, uma empresa obscura sobre a qual Galizia havia escrito em seu blog, ligando-a a pagamentos secretos a políticos.
Fenech foi acusado oficialmente por cumplicidade no assassinato da jornalista e a família de Galizia o descreve como um possível financiador do assassinato, mas as audiências de seu julgamento ainda não começaram.
Um e-mail descoberto pelos reguladores financeiros malteses confirmou as suspeitas levantadas pela jornalista, ligando a 17Black a empresas secretas no Panamá pertencentes ao então chefe de gabinete do premiê, Keith Schembri, e ao ministro do Turismo, Konrad Mizi.
Renúncia do primeiro-ministro
O atentado contra Galizia chocou a opinião pública no país e acabou levando à renúncia do primeiro-ministro.
Seis dias depois após a prisão de Fenech, Schembri renunciou e foi preso juntamente com Adrian Vella, médico pessoal do empresário. Em seguida, Mizzi e o ministro da Economia Chris Cardona também pediram demissão. Depois, Fenech apontou Schembri como o "verdadeiro autor intelectual" do assassinato da repórter.
Após crescente pressão popular pela sua renúncia, em dezembro de 2019 Joseph Muscat anunciou que pediria demissão do cargo de primeiro-ministro assim que o Partido Trabalhista nomeasse seu sucessor, o que ocorreu em janeiro de 2020. Ele foi substituído por Robert Abela.
Malta é uma pequena ilha no Mar Mediterrâneo, no sul do continente europeu, entre a Itália e a África. Membro da União Europeia, o país um dos menores do mundo e possui cerca de 400 mil habitantes.
bl/cn (EFE, Lusa)cp
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