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segunda-feira, 10 de maio de 2021

REBELIÃO: Igrejas alemãs desafiam Vaticano e abençoam casais gays

"O amor vence": iniciativa envolvendo mais de cem igrejas da Alemanha oferece bênção a casais homossexuais. Sob o lema "o amor vence”, mais de cem igrejas católicas da Alemanha ofereceram a partir desta segunda-feira (10/05) sua bênção a casais homossexuais, numa reação à decisão do Vaticano de não aprovar a união entre pessoas do mesmo sexo.
"Levantamos nossas vozes e dizemos: continuaremos a apoiar as pessoas que se comprometem numa parceria e abençoamos o relacionamento delas", diz uma declaração no site da iniciativa.
A iniciativa foi uma reação à decisão de março da Congregação para a Doutrina da Fé (CDF). Nela, o escritório emitiu uma "Responsum ad dubium", uma resposta a uma dúvida – no caso à pergunta se a Igreja tem o poder de dar a bênção às uniões do mesmo sexo?.
Na resposta, o Vaticano confirmou que a Igreja Católica não dará sua bênção a uniões homossexuais, sob a justificativa de estas não seriam parte do plano divino e de que Deus "não pode abençoar o pecado". O documento foi aprovado pelo papa Francisco.
O texto distingue entre a Igreja continuar aceitando e abençoando os gays e lésbicas, e dar o reconhecimento sacramental a tais suas uniões, que poderiam ser confundidas com o matrimônio. O Vaticano defende que os homossexuais sejam tratados com dignidade e respeito, mas o sexo gay seria "intrinsecamente não ordenado".
O 10 de maio foi escolhido para estas bênçãos por estar ligado ao dia em que Deus teria enviado a Noé um arco-íris, um símbolo usado pela comunidade LGBT.
Inspiradas nesta iniciativa, igrejas em cidades como Berlim, Colônia, Hamburgo, Frankfurt e Munique programaram missas tradicionais, serviços ao ar livre e atividades on-line.
"Abençoar significa bem dizer"
A iniciativa alemã está relacionada à ideia de dois padres - Burkhard Hose, de Würzburg (Baviera), e Bernd Mönkebüscher, de Paderborn (Renânia do Norte-Vestfália). Em março eles lançaram um apelo público após constatar a recusa do Vaticano em aceitar a bênção das uniões do mesmo sexo.
"A palavra latina para 'abençoar' é 'benedicere', que significa 'dizer bem'. Isso também tem a ver com reconhecimento", disse nesta segunda, à DW, o padre Burkhard Hose, que convidou as pessoas para uma celebração na segunda-feira à noite na Igreja Agostiniana de Würzburg, sul da Alemanha.
"Isso significa: se hoje abençoamos casais amorosos do mesmo sexo em nosso tempo, então também reconhecemos seu relacionamento. É um reconhecimento da realidade da vida, da diversidade, também da criação e da maneira como as pessoas vivem a sexualidade e também vivem suas relações”, completou.
Em 27 de março, Hose e Mönkebüscher entregaram mais de 2.600 assinaturas de religiosos em apoio à iniciativa ao bispo Helmut Dieser, da Conferência Episcopal Alemã, e Birgit Mock, do Comitê Central dos Católicos Alemães.
Tanto Mock como Dieser são membros de um dos quatro grupos de trabalho do chamado "Caminho Sinodal", uma iniciativa da Igreja Católica Alemã que trata de questões relacionadas à moral sexual e à abordagem da instituição em relação aos homossexuais.
O "Caminho Sinodal" é o processo de reformas internas lançado pela Igreja Católica Alemã após os escândalos causados por casos de abuso sexual e se baseia em um debate com os fiéis.
"Uma questão natural"
Wolfgang F. Rothe, vigário paroquial em Munique, disse ser "uma questão natural" para ele conduzir um serviço abençoando casais do mesmo sexo.
"Sinto a necessidade de pagar a dívida que a Igreja Católica contraiu ao discriminar e excluir os homossexuais durante décadas", disse Rothe, de 53 anos.
O documento de março do Vaticano agradou aos conservadores e irritou os defensores dos católicos LGBTQ em todo o mundo. A resposta foi particularmente aguda na Alemanha: a Igreja no país está na vanguarda da abertura de discussões sobre temas espinhosos, como o ensino da igreja sobre homossexualidade, como parte desse processo formal de debate e reforma.
As dezenas de cultos que celebram as bênçãos aos gays são a mais recente escalada de tensões entre conservadores e progressistas na Alemanha, que já geraram um alerta entre de que parte da Igreja alemã poderia estar entrando em cisma.
O papa Francisco
O papa Francisco, que defende uma estrutura eclesiástica mais descentralizada, já lembrou à hierarquia alemã que ela deve permanecer em comunhão com Roma durante seu processo de reforma, o "Caminho Sinodal".
Francisco tem endossado que se garantam proteções legais às uniões gays, mas apenas em referência à esfera civil. Em 2019, numa entrevista à emissora mexicana Televisa, ele declarou: "Pessoas homossexuais têm o direito de estar numa família, elas são filhas de Deus."
Quanto a famílias com filhos gays, Francisco comentou: "Não se pode expulsar alguém de uma família, nem tornar sua vida miserável, por esse motivo. Devemos ter é uma lei de união civil: desse modo, eles estão legalmente garantidos."
Críticas
Em Berlim, o reverendo Jan Korditschke, jesuíta que trabalha para a diocese preparando adultos para o batismo e ajuda na congregação de São Canísio, conduzirá bênçãos para casais queer num culto de no dia 16 de maio.
"Estou convencido de que a orientação homossexual não é má nem de que o amor homossexual é um pecado", disse Korditschke à agência de notícias Associated Press na sexta-feira. "Eu quero celebrar o amor dos homossexuais com estas bênçãos porque o amor dos homossexuais é algo bom".
O padre de 44 anos disse que é importante que os homossexuais possam se sentir à vontade dentro da Igreja Católica e ganhar mais visibilidade a longo prazo. Ele afirmou não ter medo de possíveis repercussões por parte de altos funcionários da Igreja ou do Vaticano.
O chefe da Conferência Episcopal Alemã criticou no mês passado a iniciativa popular.
Georg Bätzing, bispo de Limburg, disse que as bênçãos "não são adequadas como instrumento de manifestações políticas ou ações políticas da igreja".
Entretanto, a poderosa organização leiga alemã, o Comitê Central dos Católicos Alemães (ZDK), que defende a bênção a gays desde 2015, posicionou-se mais uma vez a favor. Ele chamou o documento polêmico de Roma de "não muito útil" e expressou explicitamente seu apoio à iniciativa "o amor vence".
rpr (dw, ap, dpa)CP
@CaminhoPolitico @CPWeb

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