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sexta-feira, 18 de junho de 2021

Ações da Coca já caíam antes de gesto de Cristiano Ronaldo

Jogador da seleção portuguesa afastou duas garrafas de Coca-Cola durante coletiva da Eurocopa. Analistas explicam por que atitude e desempenho negativo da empresa na bolsa não estão diretamente relacionados. Os gestos do atacante português Cristiano Ronaldo e do meio-campista francês Paul Pogba, que esnobaram garrafas de Coca-Cola e Heineken, patrocinadores da Eurocopa, durante coletivas de imprensa, coincidiram com quedas nas ações das duas empresas de bebidas na bolsa de valores.
No entanto, para analistas, os dois fatos não estão relacionados – e podem ser muito mais prejudiciais para a União das Associações Europeias de Futebol (Uefa, na sigla em inglês), organizadora do campeonato, do que para as duas companhias.
Na segunda-feira, em uma coletiva de imprensa da Eurocopa em Budapeste, na Hungria, Cristiano Ronaldo afastou duas garrafas de Coca-Cola que estavam em sua frente.
Logo depois, o português pegou uma garrafa de água que estava ao lado dos refrigerantes – sem rótulo porque não há patrocinador desse produto no torneio –, levantou-a para os jornalistas e disse com um gesto sério: "Água", dando a entender sua preferência em relação à bebida.
Além de ser a principal estrela da seleção portuguesa e um dos jogadores mais conhecidos do planeta, eleito cinco vezes o melhor do mundo, Cristiano Ronaldo é um fenômeno nas redes sociais. Na quinta-feira, ele foi a primeira pessoa do mundo a atingir 300 milhões de seguidores no Instagram.
O gesto de Cristiano Ronaldo ocorreu aproximadamente às 15h45 no horário da Europa Central, ou seja, 9h45 em Nova York, onde a The Coca-Cola Company está cotada. No entanto, o dia da empresa já havia começado com perdas: na primeira hora no mercado, o título saiu de 56,18 dólares no fechamento de sexta-feira para 55,3 dólares no começo da manhã de segunda-feira, ou seja, 1,5% a menos.
O gesto de Cristiano Ronaldo e a queda da Coca-Cola no mercado de ações foram imediatamente relacionados e tratados por grande parte da mídia não como uma coincidência, mas como uma consequência. No entanto, antes mesmo da atitude do jogador, a participação da Coca-Cola já estava caindo – ela perdia 0,9% às 9h30 em Nova York, antes de o astro português participar da coletiva.
"A queda da Coca-Cola no dia 14 [de junho] é efeito do desconto no preço da ação de um dividendo que está sendo pago, de cerca de 42 centavos por ação. O que acontece é que uma coisa coincidiu com a outra. A mídia disse que esta queda teve a ver com a visibilidade do gesto de Cristiano Ronaldo, e nada mais longe da realidade", explica Darío García, analista da corretora XTB, à agência de notícias Efe.
Às 9h44, antes da atitude de Cristiano Ronaldo, cada ação da Coca-Cola estava valendo 55,25 dólares, o equivalente a uma perda de 2,1 bilhões em seu valor de mercado.
O valor mínimo foi atingido às 10h20, quando cada ação valia 55,20 dólares. Depois, ainda na segunda-feira, as ações da empresa subiram, fechando o dia a 55,64 dólares.
No entanto, a visibilidade do ato de Cristiano Ronaldo na mídia e nas redes sociais e o suposto impacto nas ações da Coca-Cola na bolsa causaram quedas nos dias seguintes. Na quarta-feira, a ação fechou a 54,67 dólares, o menor preço desde 19 de maio, quando estava em 54,17 dólares.
"Esse comportamento tem mais a ver com a midiatização daquele ato do que com o impacto no momento em que ocorreu", acrescenta García.
O analista ressalta que a Coca-Cola recuperou no ano passado entre 75% e 80% do valor perdido devido à pandemia de covid-19. A ação da empresa custava 60 dólares no final de fevereiro e passou a valer 38 dólares no dia 20 de março, em meio à expansão global da pandemia. Depois, voltou a subir.
Outro ponto a ser levado em conta é que as cotações demoram cerca de 20 minutos para chegar aos sites de notícias – ou seja, não são publicadas em tempo real. Isso significa que uma pessoa, ao observar o preço da Coca logo após a coletiva de Cristiano Ronaldo, poderia interpretar que a atitude do jogador afetou o valor – quando, na verdade, ele já havia caído antes.
Pogba afasta garrafa da Heineken
Um dia após o ato de Cristiano Ronaldo, o gesto de um outro jogador também chamou a atenção. Na terça-feira, depois de a França vencer a Alemanha em Munique pela primeira rodada da Eurocopa, o meio-campista francês Paul Pogba tirou da mesa da coletiva de imprensa uma garrafa de cerveja da marca Heineken, outro patrocinador do campeonato.
No caso da Heineken, as ações vinham subindo e caindo há algum tempo, segundo o analista da XTB, devido ao fato de seu desempenho no mercado de ações estar "intimamente ligado à recuperação econômica" após a pandemia. Na terça-feira, cada ação da cervejaria holandesa fechou a 98 euros. No dia seguinte, elas subiram para 99,7 euros.
"Desde março, é uma empresa que tem se valorizado", explica García. Em março, a ação da Heineken valia cerca de 81 euros e, atualmente, está perto dos 100.
No caso de Pogba, a Uefa parece ter perdoado o jogador, já que ele é muçulmano e não consome bebidas alcoólicas – embora a garrafa que estava sobre a mesa fosse de cerveja sem álcool.
Agora, gerentes de mídia em cada um dos 11 estádios da Eurocopa também deverão ajudar a retirar garrafas de cerveja antes da chegada de jogadores muçulmanos para as coletivas.
Para Javier Arizmendi, gestor de ativos da Tressis e ex-atacante de times como Atlético de Madrid e Deportivo de la Coruña, esta situação é "puro sensacionalismo", já que se tratam de quedas "residuais em termos percentuais".
"A Coca-Cola é a marca mais consumida no mundo. Tem muito mais gente que conhece a Coca-Cola do que o Cristiano Ronaldo. Naquele dia, o S&P 500 [índice das 500 principais empresas da Bolsa de Valores de Nova York] caiu mais do que a Coca-Cola", disse à agência Efe.
Problemas para a Uefa
Embora o impacto dos dois gestos seja limitado para as empresas, a maior afetada pode ser a Uefa. A entidade se posicionou oficialmente apenas na quinta-feira, com uma nota na qual recordou que os patrocinadores "são parte integrante do torneio e garantem o desenvolvimento do futebol em toda a Europa, incluindo para jovens e mulheres".
"Parece que o que está pesando muito na bolsa é como é possível que a Uefa não adote qualquer tipo de medida de sanção ou repreensão", afirma García, analista da XTB.
Para ele, a atitude da entidade de futebol pode levar algumas marcas a pesarem "se vale a pena pagar à Uefa para que a sua marca apareça ligada a um evento desportivo".
Do ponto de vista do marketing, Javier Mancebo, diretor de pesquisas da consultoria especializada em patrocínio esportivo Strock, também critica a maior organização do futebol europeu.
"A Uefa tem, entre outras coisas, a obrigação de defender e proteger a imagem de seus patrocinadores. O simples fato de nem Cristiano Ronaldo nem Paul Pogba serem sancionados pela organização me parece um assunto bastante sério", disse Mancebo à Efe.
Com sua experiência como ex-jogador, Arizmendi exige responsabilidade. "O desembolso feito por essas empresas para patrocinar o evento é com certeza alto, e coisas como essas jogam contra, fazem vacilar aquela segurança jurídica ou de investimento. Tem que ser algo mais responsável", afirma.
Outros jogadores
Cristiano Ronaldo e Pogba foram seguidos, de forma mais contida, pelo italiano Manuel Locatelli, que depois de ter sido a grande estrela do jogo da Itália contra a Suíça, na quarta-feira, colocou uma garrafa de água no centro da mesa, afastando algumas garrafas de Coca-Cola antes do início da coletiva de imprensa.
Na contramão, outros jogadores fizeram brincadeiras com a situação. O técnico da Rússia, Stanislaw Tschertschessow, chegou a abrir uma garrafa de Coca-Cola durante a coletiva e beber o refrigerante.
Na quinta-feira, após a Ucrânia vencer a Macedônia do Norte, o jogador ucraniano Andrej Jarmolenko brincou: "Posso fazer outra coisa."
"Vi que o Cristiano Ronaldo afastou as garrafas de Coca-Cola. Você sabe, eu aproximei a Coca-Cola e a Heineken. Fale comigo", riu, referindo-se a um possível contrato de publicidade.
Resta saber se essas ações voltaram a acontecer e se poderão ter um impacto futuro nos contratos de patrocínio.
"Assim como há alguns anos as marcas que patrocinam equipes passaram a exigir cláusulas bonus-malus baseadas nos resultados desportivos ou mesmo no comportamento extra-desportivo dos seus jogadores, é bem possível que, agora que este filão foi inaugurado, os patrocinadores tentem, de alguma forma, se proteger contra esse tipo de situação", pontua Mancebo.
le/ek (Efe, AP, DPA, ots)cp
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