Graças à dedicação e ao amor de meus professores pela educação tive coragem de optar pela profissão. Um carreira cheia de dificuldades, mas que faz a diferença na vida de muitos alunos. Sigamos firmes na nossa missão. Dos meus 19 anos de vida, 15 foram passados dentro das salas de aula do sistema público, tanto municipal quanto federal. Foram muitos anos aprendendo e trocando vivências em instituições escolares, e a figura do professor, para mim, sempre foi muito especial e marcante. Desde muito pequena, ainda no Ensino Infantil, eu tinha muito carinho e admiração pelas "tias". E foi ali que nasceu em mim certo gosto por ensinar. No Fundamental I e II, que cursei na escola municipal de Linhares (ES) E.M.E.F José Modeneze, tive a certeza de que amava ensinar. Nas vésperas de provas, gostava de reunir meus colegas para ensinar a matéria – e para que eles também me ensinassem de volta. Esse comportamento era influenciado pelo exemplo dos meus professores.
Tive ótimos educadores e educadoras na minha passagem pelo José Modeneze, os quais me inspiram até hoje. Sem observar sua dedicação e entusiasmo em nos ver aprender, tenho em mente que eu não teria a coragem de seguir a carreira da licenciatura. Digo coragem pois foi no Ensino Fundamental que pude ver de perto a dificuldade e a desvalorização dos professores em nosso país. Incontáveis vezes, eles despendiam seu próprio dinheiro para comprar materiais básicos que uma escola deveria ter; e outras tantas se viam comovidos em ajudar seus alunos que tinham uma realidade social muito precária.
E, de fato, os ajudavam. Criavam projetos legais, mesmo sem recursos do governo municipal, tiravam do próprio bolso para promover ações sociais e de lazer na escola. Nesse quesito, incluo também as diretoras, coordenadoras e pedagogas da escola. Sem dúvida, minha passagem por essa instituição escolar foi marcada pela força de muitas mulheres.
Ao mesmo tempo, não posso deixar de falar das dificuldades em sala de aula, com alunos desinteressados, indisciplinados e desmotivados, que, em consequência, também desmotivavam os professores. Hoje, na graduação, entendo que o comportamento dos alunos em sala de aula é movido, em grande parte, pelas influências externas à escola e que, algumas vezes, eles não possuem exclusiva culpa por suas ações. Tendo em vista essa realidade, é muito difícil para um professor fazer um bom trabalho nesse ambiente. Porém, meus professores e professoras superavam e se saíam muito bem.
No Ensino Médio, que cursei no Instituto Federal do Espírito Santo Campus Linhares, pude observar a dedicação dos meus professores para além da sala de aula, com suas pesquisas e o interesse em propor projetos de iniciação científica para incrementar o aprendizado dos alunos. Nessa escola, tive excelentes exemplos que reafirmaram meu gosto pela educação.
Agora, na graduação em História, continuo me impressionando com a garra, perseverança e amor que meus professores têm pelo que fazem, e, assim, permaneço firme na certeza do que, desde criança, sempre almejei ser: professora!
Tenho muita gratidão por todos os educadores que passaram pela minha vida e que auxiliaram na minha formação intelectual e como cidadã. Eles sempre serão fontes de inspiração para mim. Destaco, em especial, meus professores de História, que foram muito importantes na escolha do meu curso de graduação. Agradeço por todo incentivo, pelas risadas e aprendizados que vivi com cada professor(a). E a você, professor e professora que está lendo este texto, me atrevo a pedir que, enquanto possível, siga firme na sua missão. É uma carreira com muitas dificuldades, mas saiba que você fez e faz a diferença na vida de muitos de nós, alunos. Muito obrigada por acreditar em nós e na educação.
Vozes da Educação é uma coluna quinzenal escrita por jovens do Salvaguarda, programa social de voluntários que auxiliam alunos da rede pública do Brasil a entrar na universidade. Revezam-se na autoria dos textos o fundador do programa, Vinícius De Andrade, e alunos auxiliados pelo Salvaguarda em todos os estados da federação. Siga o perfil do Salvaguarda no Instagram em @salvaguarda1
A autora desta coluna é a estudante Letícia Franco do Nascimento, de 19 anos. Ela ingressou neste ano no curso de História da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
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