Em sessão temática do Senado, jovem ativista sueca critica com dureza as decisões do governo do Brasil em relação à natureza e os povos indígenas: perder a Amazônia seria uma "sentença de morte" para muitas regiões. Durante uma sessão temática do Senado brasileiro sobre os dados do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas, nesta sexta-feira (10/09), a ativista ambiental sueca Greta Thunberg criticou duramente a atuação de líderes brasileiros no campo ambiental e no trato com os povos nativos.
"As coisas que os líderes do Brasil estão fazendo agora são completamente vergonhosas, especialmente à luz de como vêm tratando os povos indígenas e a natureza."Apesar de destacar que a grande culpa pelo atual cenário de urgência climática não caber historicamente ao país, em seu depoimento em vídeo a ambientalista sueca de 18 anos atribuiu o aumento do desmatamento na região amazónica à política ambiental brasileira.
"O Brasil não começou esta crise, mas acrescentou muito combustível ao incêndio. O Brasil não tem desculpas para não assumir a sua responsabilidade. A Amazônia, o pulmão do mundo, agora está no limite e emitindo mais carbono do que consume por causa do desflorestamento e das queimadas."
"Isso está acontecendo diante dos nossos olhos, diretamente alimentado pelo governo", repreendeu Thunberg, acrescentando: "O mundo não pode arcar com o custo de perder a Amazônia. Se a perdermos, perdemos provavelmente todas as chances de alcançar as metas do Acordo de Paris." Isso significaria uma "sentença de morte" em numerosas partes do planeta, entre as quais também o Brasil.
Desmatamento recua, mas segue alarmante
O desmatamento da Amazônia brasileira diminuiu pelo segundo mês consecutivo, mas continua em níveis elevados, segundo alertas registados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao governo do nacional.
O Inpe registou um total de 918 quilômetros quadrados desmatados em agosto, o menor nível desde agosto de 2018 e 32% inferior em relação ao mesmo período de 2020.
Os alertas de desflorestamento entre janeiro e agosto registraram 6.026 quilômetros quadrados, o que representa uma ligeira redução de 1,2% em relação aos primeiros oito meses de 2020 (6.099 quilômetros quadrados).
Os dados são obtidos através de imagens de satélite. O órgão governamental alerta que eles não constituem o balanço oficial de desflorestamento, que é divulgado no fim do ano, apenas identificando possíveis pontos de risco.
av (Lusa,DPA)cp
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