“Francisco, na carta que você me enviou, você reconfigurou esta posição. Por um lado, praticamente livra o prefeito da questão do abuso e o concentra na seção especializada que existe para isso. Por outro lado, ele me pede para focar na área teológica, mas acima de tudo para promover a reflexão, para ajudar a crescer o pensamento da Igreja, para estimular o desenvolvimento teológico. Isso sempre em diálogo com o mundo e com vistas à evangelização”, destacou em declarações à AICA.
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Lo que Francisco le pide a Tucho Fernández: "Custodia la enseñanza de la fe, pero no como enemigos que señalan y condenan": "Como nuevo Prefecto del Dicasterio para la Doctrina de la Fe te encomiendo una tarea que considero muy valiosa. Tiene como… http://dlvr.it/SrWKXR 6:57 AM · 1 de jul de 2023
O arcebispo, nascido na cidade cordovesa de Alcira Gigena, considerou que "é muito importante que o prefeito daquele Dicastério seja um latino-americano". O religioso acrescentou: "É um sinal deste Papa para uma América Latina tantas vezes ignorado, desprezado; porque, no fundo, ele está dizendo que na América Latina também se pensa , também se reflete, também se conhece a doutrina”.
O que essa nomeação significa para você?
É uma consulta que me desconcertou totalmente. Ele me manteve por um mês em conversa. Eu disse que não, mas fiquei com a dor de ter falhado com o Francisco, a quem tanto devo. Mais tarde, enquanto estava internado, ele ligou para um grande amigo meu para me fazer ver que meus motivos de recusa eram fantasmas. Entre os dois eles me convenceram e eu aceitei. Agora, apesar de reconhecer meus limites, erros e incapacidades, percebo que tenho algo original a contribuir e que ajudará a compor esse rico poliedro que é a Igreja.
Disse que não, mas fiquei com a dor de ter falhado com o Francisco, a quem tanto devo - Víctor Manuel Fernández
Tweet: Qual é a tarefa que o Santo Padre especialmente confiou a você?
Embora se possa pensar que a tarefa é óbvia, porque todos sabem o que faz o prefeito da Doutrina da Fé, na realidade não é tão óbvia. Francisco, na carta que me enviou, reconfigurou esta posição. Por um lado, praticamente livra o prefeito da questão do abuso e o concentra na seção especializada que existe para isso. Por outro lado, pede que me concentre na área teológica, mas sobretudo para promover a reflexão, para fazer crescer o pensamento da Igreja, para estimular o desenvolvimento teológico. Isso sempre em diálogo com o mundo e com vistas à evangelização.
Na carta, o Santo Padre também o alivia das questões de abuso infantil. O que você pode nos dizer sobre essa decisão?
Que na prática eu me livre do tema dos abusos faz muito sentido por dois motivos: fazer com que o prefeito avance de forma mais decidida no objetivo principal do Dicastério, que é promover o pensamento da fé. De fato, anos atrás, Luis Ladaria dizia que já havia pouco de Teologia porque o tempo todo a questão do abuso a tirava. Francisco quer reverter isso, o que não significa negligenciar o drama do abuso, mas deixá-lo nas mãos dos especialistas. Aí vem a segunda razão: de fato, o prefeito geralmente não é um canonista, mas um teólogo, e não faz sentido ele estar por cima de algo do qual não é especialista.
Que na prática eu me livre do assunto dos abusos faz muito sentido por dois motivos: fazer com que o prefeito avance de forma mais decidida no objetivo principal do Dicastério, que é promover o pensamento da fé - Víctor Manuel Fernández
Tweet: O que significa para a Igreja na Argentina que pela primeira vez dois compatriotas ocupem os dois cargos mais importantes da Igreja: o papa e o prefeito da Fé?
A presença de dois argentinos pode ser um drama para os outros, porque às vezes é difícil para eles se entenderem. Acho muito importante que uma vez o prefeito desse Dicastério seja um latino-americano. É um sinal deste Papa para uma América Latina tantas vezes negligenciada, desprezada; porque, no fundo, ele está dizendo que na América Latina também se pensa, também se reflete, também se conhece a doutrina.
Quando terá que ir a Roma para assumir esta nova responsabilidade?
O Papa me pediu para viajar o mais rápido possível, porque devo me instalar no Dicastério antes do início do Sínodo. Além disso, em minha conversa com o cardeal Ladaria, vi que ele não vê a hora de partir, quer se libertar. Assim, me despedirei de La Plata no dia 5 de agosto e viajarei para Roma. O Papa já me designou uma casa para morar lá, mas tem que estar equipada, toda a papelada e documentação de todo tipo feita e também tenho que fazer a transição no Dicastério.
A entrevista é da Agência Informativa Católica Argentina - AICA, publicada por Religión Digital e Caminho Político.
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