Adriano Nuvunga rejeita, por enquanto, a possibilidade de concorrer às eleições presidenciais em 2024, preferindo ter um papel na sociedade civil. Especialistas veem sociedade civil como alternativa à oposição. Adriano Nuvunga candidato às presidenciais em Moçambique? Uma possibilidade que o destacado ativista descarta, pelo menos para 2024. Mas Nuvunga não descarta a possibilidade de o fazer futuramente se o nível de descrédito entre a população persistir. O ativista acha que por enquanto é mais útil na sociedade civil a fazer o contraponto à governação.
Enquanto os principaís partidos moçambicanos estão em querelas por mudanças internas, ganha consistência a ideia de uma substituição da oposição moribunda por uma sociedade civil pujante na cena política. Andre Thomashausen, especialista em direito internacional, avança inclusivamente o nome de uma das proeminentes figuras da sociedade civil como provável candidato às presidenciais de outubro próximo:
"O académico moçambicano Adriano Vuvunga, pessoa com perfil público muito, muito forte, não se quer alinhar nem com um e nem com outro partido, mas representa moçambicanos de idade mais ou menos jovem, com boa força intelectual, com integridade e que poderão fazer melhor. E vamos ver se nas próximas eleições poderá haver uma subida a responsabilidade política dessa liderança da sociedade civil", disse.
Trabalho de destaque
Para além do engajamento no ativismo, Adriano Nuvunga, através da sua ONG Centro para a Democracia e Direitos Humanos (CDD), é visitado regularmente por ilustres figuras de Governos e destacadas organizações ocidentais. O seu trabalho granjeia simpatias de diversos setores, porém Nuvunga garante à DW que não pretende concorrer a Presidente.
"Eu sou ativista, estaria a desvirtuar o sentido do meu trabalho. As condições em que o país e o continente se encontram neste momento necessitam de vozes críticas que mostrem a direção. Então, eu faço parte desse grupo que está orientado para a manutenção da bússola do caminho da justiça, dos direitos humanos e do progresso para o nosso povo, faço isso melhor nesta posição de ativista", revelou.
Do outro lado da trincheira
Objetivos igualmente perseguidos por um estadista, a princípio, que apenas o faz numa categoria diferente. Mas Nuvunga insiste que o nível de destruição do Estado e o desespero coletivo requer ainda a sua continuidade do outro lado da trincheira para manter acesa a chama da esperança de mudança. Contudo, concorda com Thomashausen que a sociedade civil deve substituir a oposição há muito mergulhada na letargia.
"Por aquilo que se vê onde as forças políticas da oposição, aquelas que ocupam esses lugares parecem estar no bolso da FRELIMO. E aFRELIMO cada vez mais se militariza, acredita e usa a força das armas para se manter no poder. Cada vez mais a sociedade civil tem de desempenhar esse papel [de oposição]."
Talvez no futuro?
E é nessa senda que, depois de alguma insistência da DW, Nuvunga assume que não descarta a possibildade futura de vir a concorrer à liderança do país.
"Mas claro, quem sabe no futuro dado o nível de descrédito em que o país se encontra talvez, mas no momento atual o foco é mesmo este", confessou.
Uma saída de Nuvunga, ou de outra destacada figura da sociedade civil para a governação, não amputaria o setor e desiquilibraria a luta por melhores condições para o povo? O ativista usa o argumento renovação para responder:
"Há cada vez mais jovens a ocupar as posições. Nós também temos de nos preparar para deixar esses lugares para os jovens. A democracia só se desenvolve quando há essa consciência de missão cumprida."
Nádia Issufo/Caminho Político
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