Terroristas mataram três pessoas e destruíram residências na comunidade de Chimbanga, a menos de 50 quilómetros da sede distrital, a vila de Mocímboa da Praia, na sexta-feira (05.01). Pelo menos três pessoas morreram num ataque de terroristas no distrito de Mocímboa da Praia, província moçambicana de Cabo Delgado, perto da sede da vila, disse hoje (06.01) à agência Lusa o porta-voz do conselho municipal. Segundo Vicente Alfândega, este novo ataque aconteceu na sexta-feira, cerca das 19h00 locais, na comunidade de Chimbanga, a menos de 50 quilómetros da sede distrital, a vila de Mocímboa da Praia, durante o qual pelo menos três pessoas foram mortas e destruídas várias residências.Além deste ataque, outro grupo de terroristas, com recurso a canoas, chegou na quinta-feira à ilha de Tembuze, também em Cabo Delgado, tendo aterrorizado pescadores e saqueado produtos de comércio e outros bens da população."Lá não mataram, só saquearam os bens, comida, bebidas. Tudo aquilo que era de comércio para alguém procurar vida ou retorno", lamentou o porta-voz do conselho municipal.
"Um retrocesso"
Os ataques a Mocímboa da Praia e outros pontos de Cabo Delgado acontecem numa altura em que as populações estão empenhadas na produção de alimentos, atividade ameaçada por estes ataques."Aquilo é uma garantia, pior com a chuva que está a cair, tínhamos garantia que até no próximo ano já na parte da dependência íamos sair, agora com essa situação de intranquilidade que existe é um retrocesso que está a acontecer", concluiu Vicente Alfândega.Grupos armados que têm aterrorizado a província de Cabo Delgado voltaram, na quarta-feira, a atacar o distrito de Mocímboa da Praia, na comunidade de Ntótwé, a escassos quilómetros de Awasse, onde está montada uma das posições das forças ruandesas que apoiam Moçambique no combate aos grupos rebeldes em Cabo Delgado.O ataque terá provocado um número ainda indeterminado de mortos, de acordo com fontes no terreno. "Invadiram lojas, levaram produtos e outros bens da população e puseram-se em fuga. Até então não tenho informações de mortes", disse à Lusa um residente local que se refugiou no posto administrativo de Awasse.
Populares em fuga
A nova incursão rebelde em Mocímboa da Praia provocou a fuga de populares de Ntótwé para o posto administrativo de Awasse, embora tenha merecido uma resposta imediata das forças moçambicanas e ruandesas que estão na região.A localidade de Ntótwé, a pouco mais de 100 quilómetros da sede de Mocímboa da Praia, está localizada ao longo da estrada nacional número 380, uma das poucas asfaltadas da região e que liga aos distritos mais ao norte de Cabo Delgado, onde estão ancorados os projetos do gás do Rovuma.O distrito de Mocímboa da Praia, no norte de Cabo Delgado, foi o primeiro alvo dos terroristas, a 5 de outubro de 2017, tendo os insurgentes atacado, depois, outros pontos da província.No total, cerca de 62 mil pessoas, quase a totalidade da população, abandonaram a vila costeira devido ao conflito que começou há seis anos, com destaque para as fugas em massa que ocorreram após a intensificação das ações insurgentes em junho de 2020.Autárquicas: Mocímboa da Praia quer paz e empregos
Lusa/Caminho Político
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