Condenado na Itália a 9 anos de detenção, após determinação do STJ, ex-jogador foi levado a penitenciária de Tremembé, no interior paulista, conhecida por receber presos de casos de grande comoção. O ex-jogador Robson de Souza, o Robinho, chegou no início da madrugada desta sexta-feira (22/03) ao complexo penitenciário de Tremembé, no interior de São Paulo. Ele foi detido pela Polícia Federal (PF) na noite de quinta-feira em Santos (SP), após a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir no dia anterior, por 9 votos a 2, que ele cumpra no Brasil a pena de 9 anos de prisão por estupro. A sentença foi definida pela Justiça da Itália, onde o ex-jogador foi condenado em três instâncias por estupro coletivo ocorrido dentro de uma boate de Milão, em 2013.
O mandado de prisão foi expedido pela Quinta Vara da Justiça Federal em Santos.
Em fevereiro de 2023, o governo italiano havia pedido ao Brasil que homologasse a decisão do Judiciário italiano para que Robinho começasse a cumprir a pena, mesmo que em outro país – já que pela Constituição, o Brasil não extradita seus cidadãos para cumprimento de sentença emitida por autoridade estrangeira.
"Presídio dos famosos"
Mais cedo, na quinta-feira, a presidente do STJ, Maria Thereza de Assis Moura, assinou a autorização para a Justiça Federal prender o ex-jogador. Para evitar a prisão, a defesa do ex-jogador entrou com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF), que foi negado hoje em decisão monocrática pelo ministro Luiz Fux.
Conhecida como P2 de Tremembé, a Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado costuma receber presos de casos de grande comoção social para garantir a segurança e a privacidade dos internos. Por isso, unidade também é popularmente conhecida como "presídio dos famosos".
No local, novos presos passam por um período de inclusão, em cela exclusiva, ficando em isolamento por até 20 dias e tomando o banho de sol separadamente dos demais detentos. Após esse tempo de adaptação, Robinho deve ser transferido para uma cela comum.
Entenda o caso
O crime pelo qual Robinho foi condenado ocorreu na boate Sio Café, em Milão, e envolveu, além do ex-jogador e seu amigo Ricardo Falco, outros quatro brasileiros, de acordo com informações da Procuradoria de Milão. Os outros suspeitos, no entanto, deixaram a Itália durante as investigações e, por isso, não foram acusados, somente citados no processo.
A vítima, uma mulher albanesa que reside na Itália, afirmou que conhecia o então jogador e alguns amigos dele, e que esteve na noite de 22 de janeiro de 2013 com o grupo e mais duas amigas na casa noturna. Ela estaria comemorando seu aniversário de 23 anos.
Depois que as amigas foram embora, o brasileiro e seus amigos, segundo a vítima, deram a ela bebidas alcóolicas que a deixaram inconsciente, sem poder oferecer resistência à violência sexual.
O jogador reconheceu ter mantido relações sexuais com a vítima, mas negou ter havido violência sexual. Por meio de gravações autorizadas pela Justiça italiana, o brasileiro foi flagrado dizendo frases como "a mulher estava completamente bêbada".
Robinho deixou o Milan em 2015, após cinco anos no clube. Quando a imprensa italiana divulgou que ele e outros brasileiros eram investigados por violência sexual, ele já estava de volta ao Brasil, atuando pelo Santos. Mais tarde, jogou também na China, antes de chegar ao Atlético-MG, em fevereiro de 2016.
Em 2009, quando defendia o Manchester City, o jogador sofreu acusação semelhante no Reino Unido. O caso, um crime sexual que teria ocorrido em uma boate na cidade de Leeds, não gerou condenação, mas chegou a levar, na época, à prisão de Robinho, que foi liberado após pagar fiança.
md/cn (EBC, ots)Caminho Político
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