Candidatos se encontraram nesta terça-feira (17) em debate promovido pela RedeTV!/UOL. A organização do debate foi dividida em quatro momentos: dois em que os candidatos puderam travar embates diretos e outros dois em que responderam perguntas de jornalistas.
Datena comenta agressão com cadeira a Marçal
Conforme o sorteio realizado pelos organizadores do encontro, Boulos foi o primeiro a se dirigir a um adversário. Ele questionou Datena a respeito de propostas voltadas à população mais pobre da capital paulista. No entanto, Datena aproveitou a oportunidade para comentar o episódio em que agrediu Marçal com uma cadeira, no debate do último domingo (15). O apresentador disse que não estava feliz pelo que aconteceu na ocasião, mas que estava disposto a defender sua honra.
“Não estou feliz pelo que aconteceu no último debate. Meu pai ensinou que eu teria que honrar a mim e à minha família até a morte. Estou disposto a fazer isso. E estou disposto a conversar”, declarou Datena.
Marçal chama Nunes de “agressor” e Datena de “orangotango”
Na sequência, Marçal – segundo a ter o direito de fazer uma pergunta – usou seu tempo para se referir a Nunes como “agressor”, além de chamar Datena de “orangotango”.
Nunes, adversário escolhido por Marçal para responder, lamentou as afirmações do empresário e pediu que o nível do debate fosse elevado.
“De coração aberto: vamos tentar fazer um debate de qualidade. Nos incomoda essas agressões o tempo inteiro. Nós precisamos elevar o nível”, afirmou o prefeito e candidato à reeleição.
Direitos de resposta e discussão
Antes que fosse dada sequência ao primeiro bloco do debate, a organização concedeu direitos de resposta a Datena, Nunes e Marçal. Os três aproveitaram o minuto extra para novamente trocar acusações entre si.
Datena disse que “o único jeito de falar com bandido é a Justiça”, ao se referir a Marçal. Nunes disse que “Marçal saiu da cadeia, mas a cadeia não saiu de dentro dele”
Enquanto Marçal fazia uso da palavra, ele afirmou que Nunes seria preso por, supostamente, desvios nas verbas destinadas às merendas das escolas municipais. Uma discussão acalorada entre ambos iniciou-se.
A mediadora do debate, a jornalista Amanda Klein, tentou mediar o conflito, mas foi ignorada em um primeiro momento. O desentendimento só teve fim quando Amanda ressaltou que suspenderia ambos do bloco caso não fosse posto um fim à briga.
Marçal pede desculpas por fala sobre pai de Tabata
Após o fim da confusão, a programação estabelecida do debate foi retomada.
Tabata questionou Marçal se ele se arrependia de ter atacado a honra dos candidatos.
Marçal disse então que se arrependia da fala sobre o pai de Tabata e aproveitou o restante de seu tempo para voltar a atacar Nunes e Datena.
“Eu fui injusto. Tá respondido a sua pergunta. Acho que passei do limite em falar de uma história da família dela”, declarou o candidato.
Nunes aborda temática das drogas, e Boulos acusa prefeito de mentir
Na sua vez de fazer uma pergunta, Nunes questionou o psolista a respeito do seu posicionamento sobre a legalização das drogas. Segundo o prefeito, o partido de Boulos – o PSOL – teria defendido um Projeto de Lei que beneficiaria traficantes de drogas.
“Essa mentira do Ricardo Nunes explica muito da baixaria que vimos aqui. Minha posição é muito clara: o que eu defendo é que se separe usuário de traficante. Se você tratar quem usa droga da mesma forma de traficante, você vai mandar ele para a cadeia, ele vai sair de lá traficante. Cadeia virou escola do crime”, defendeu Boulos.
Marina Helena questiona Tabata sobre viagens, e candidata do PSB diz que processará adversária
Seguindo a ordem do bloco, Marina Helena escolheu Tabata e a questionou a respeito de supostas viagens que a candidata do PSB teria feito de jatinho para visitar seu namorado, o prefeito do Recife, João Campos, também do PSB.
Tabata que negou que tivesse feito viagens de jatinho para visitá-lo e que iria processar a adversária pela acusação.
“Nunca fiz viagem de jatinho para visitar meu namorado. Isso é um delírio. Com todo respeito: aguarde um processo”, disse Tabata.
Datena indaga Marina Helena sobre ataques às instituições
Fechando o primeiro bloco, Datena se dirigiu a Marina Helena e a questionou sobre ataques às instituições democráticas. Ele mencionou, inclusive, o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendido pela candidata.
Em resposta, Marina Helena disse ter “muito orgulho de defender a liberdade de expressão e ser contra a censura no nosso país”.
Em seguida, ela citou o ataque de Datena a Marçal e disse que o candidato sairia preso pelo ocorrido “em qualquer lugar do mundo”.
“Não é possível nós, como sociedade, aceitarmos a equiparação de uma violência verbal, que faz parte da democracia, com uma violência física. Em qualquer lugar do mundo, um candidato que tivesse pegado uma cadeira e atacado outro sairia algemado.”
Na sequência, foi concedido novo pedido de direito de resposta a Boulos, que disse nunca ter sido condenado ou preso e sim ter ido à delegacia po defender famílias que estavam sendo despejadas.
Perguntas de jornalistas
Os candidatos também responderam a perguntas sobre temas diversos feitas por jornalistas.
Ao ser questionada sobre uma de suas propostas para o transporte público na cidade, Marina Helena afirmou que defende “uma tarifa flexível que será a mesma nos horários de pico e reduzida nos horários fora de pico”.
Rebatendo a pergunta do jornalista sobre eventual desvantagem para pessoas menos favorecidas, a candidata do Novo afirmou que o modelo é adotado em outros lugares do mundo.
Já Datena foi questionado sobre a decisão de lançar candidatura própria, ao invés de compor chapa com Tabata Amaral.
“Não me arrependo de nada do que eu fiz na vida. Nada na minha vida que ficou pra trás eu me arrependo, minha vida é limpa, tranquila”, afirmou. O candidato do PSDB também voltou a afirmar que mantém uma boa relação com a adversária.
Ao responder uma pergunta que relembrava seu voto na relatoria de um processo contra o deputado federal André Janones (Avante-MG), Boulos garantiu que em uma eventual gestão irá “combater a corrupção”.
“Como prefeito de São Paulo, qualquer secretário meu que fizer um mal-feito, vai ser demitido”, afirmou.
Marçal foi questionado sobre sua posição em relação ao programa Bolsa Família, diante de uma eventual disputa à Presidência da República.
O candidato afirmou que chama o programa de “bolsa miséria”, porque quem recebe o auxílio “sabe que é uma miséria”. “Você nunca vai prosperar, não dá para pagar sua comida isso”, acrescentou.
Candidato à reeleição, Nunes foi perguntado sobre dificuldades no acesso da população ao programa Bolsa Família durante sua gestão. O emedebista afirmou que tem sido feito mutirões para atualizar o cadastro dos beneficiários.
“A gente só tinha o atendimento para fazer o CadÚnico nos nossos serviços da assistência social. Nós ampliamos junto com a Secretaria de Trabalho, atendendo junto no Cad, e também o atendimento em todos os nossos 32 Descomplicas”, disse.
Tabata Amaral foi questionada sobre porque os eleitores progressistas deveriam votar nela e não em Guilherme Boulos. Segundo a candidata, um dos principais argumentos é de que sua candidatura é a única que venceria todos os adversários em um eventual segundo turno.
“E me preparei muito, montei um baita time, com grandes nomes da centro-esquerda, centro-direita. Como deputada, mostrei que sei dialogar, mas também entregar serviço”, afirmou.
Oito direitos de resposta concedidos
Em meio às diversas acusações e trocas de farpas, foram concedidos ao todo oito direitos de resposta: três para Ricardo Nunes, dois para Datena, dois para Marçal e um para Boulos.
Na terceira parte do debate, novamente com embate entre os candidatos. E a repetição de acusações já feitas no primeiro bloco.
Datena teve um direito de resposta em que voltou a chamar Marçal de “ladrão de velhinhos”.
Nunes em seu pedido de direito de resposta voltou a afirmar que Marçal “dá golpe nas pessoas”
Marçal teve concedido direito de resposta na sequência onde voltou a dizer que Datena tem comportamento “análogo a um orangotango” e disse que vai colocar Ricardo Nunes na cadeia.
O debate prosseguiu e mais à frente, um novo direito de resposta para Nunes foi concedido. Nunes afirmou que Marçal mandou mensagem a ele dizendo que “não se mexe com família. E chamou o candidato do PRTB de perigoso e dissimulado.
Considerações finais
Marina Helena foi a primeira a fazer as considerações finais e afirmou que “187 registros de violência política ocorreram no primeiro semestre aqui no Brasil. A política é reflexo do nosso voto. Me recuso a acreditar que você, trabalhador, honesto, que sofre com violência no dia a dia, queira dar seu voto para estimular esse tipo de comportamento.”
Datena reafirmou o compromisso de combate ao crime organizado. “O meu princípio básico é lutar contra o crime organizado. Crime está tomando conta do interior de SP, de SP e do Brasil, não se espalhe como o PCC e outras organizações criminosas”.
Nunes agradeceu a Deus a oportunidade e se disse preparado. “Nós vamos decidir o futuro da cidade e das famílias que moram aqui. É muito importante continuar num caminho seguro. Eu me preparei para poder dirigir a maior cidade da América Latina”.
Tabata criticou a postura dos concorrentes. “Eu cheguei nesse debate tendo clareza que todos estão apostando nesse lamaçal, mas saio desse debate tendo uma outra compreensão: que combinaram que se atacariam para terem inúmeros direitos de resposta”.
Boulos citou Lula e Marta em sua fala final. “Vou resolver o problema da população em situação de rua na cidade. Já garanti casa para mais de 15.000 famílias sem a caneta na mão. É um propósito de vida, por isso tenho apoio do presidente Lula, de Marta e, por isso, peço o seu voto”.
Marçal finalizou com citação religiosa. “Os últimos serão os primeiros. E, por mais que a gente esteja no abismo, no vale da sombra de morte, mal nenhum temerei, porque Deus está com a gente nessa cidade. Quero pedir para você que é cristão, católico, evangélico, se levante contra esses comunistas.
Outros candidatos
Outros quatro candidatos não foram convidados para o evento por não terem representação mínima no Congresso Nacional:
Altino Prazeres Júnior (PSTU);
Bebeto Haddad (DC);
João Pimenta (PCO);
e Ricardo Senese (UP).
O partido de Marçal também não possui representação mínima no Congresso, mas ele vem participando dos debates devido ao seu desempenho nas pesquisas.
O Novo, de Marina Helena, também não tem o número mínimo de parlamentares, mas ela participou do encontro desta terça.
Assessoria/Caminho Político
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