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quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Os desafios de Yamandú Orsi, discípulo de Mujica, no Uruguai

Presidente eleito tem perfil de negociador político, que lhe será útil sem maioria absoluta na Câmara dos Deputados e inúmeros desafios no governo. "Serei o presidente que convocará continuamente o diálogo nacional", afirmou o presidente eleito do Uruguai, Yamandú Orsi, no breve discurso com o qual festejou sua vitória no segundo turno da eleição de domingo (24/11).
De fato, se há algo que define o passado político de Orsi, é a sua busca pelo entendimento. Durante uma década, Orsi foi governador de Canelones, o segundo departamento mais populoso do país, onde nasceu há 57 anos numa família humilde.
Perfil de negociador político
Algo essencial no cargo de governador uruguaio é a capacidade de negociação – qualidade que até os críticos de Orsi reconhecem nele. "Era necessária uma maioria especial para aprovar determinados empréstimos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e ele a conseguia negociar com a oposição", explica Guedes.
"Não estamos falando de um estadista ou de um intelectual. Estamos falando de uma pessoa que foi secretário-geral do governo de Canelones por dois períodos consecutivos e governador duas vezes seguidas", afirma o cientista político Alejandro Guedes.
Essa bagagem política e seu espírito conciliador lhe serão úteis no futuro, quando tiver que buscar acordos na Câmara dos Deputados, onde não obteve a maioria absoluta por uma diferença de apenas duas cadeiras.
Guedes acrescenta que a origem humilde e a sua forma de se expressar, com um linguajar popular, propiciam a Orsi uma empatia com o eleitorado.
Discípulo de Mujica
Orsi estudou em Montevidéu, onde se tornou professor de história. Foi na capital que ele teve contacto com o Movimento de Participação Popular (MPP), liderado por José "Pepe" Mujica, que viria a governar o país entre 2010 e 2015 e se tornar um dos maiores símbolos da esquerda sul-americana. Tal como o seu mentor, que preferiu morar em sua fazenda durante o mandato, Orsi já afirmou que também não ocupará a residência oficial da Presidência.
Há ainda outras semelhanças entre eles. "Mujica, além de ser uma referência internacional, acabou se tornando um incentivador da moderação na política interna, na negociação. Orsi é muito parecido, mas, pelas suas origens, tem um espírito ainda mais negociador", diz o historiador e cientista político uruguaio Gerardo Caetano.
A atitude de Mujica mudou significativamente desde a sua época de guerrilheiro, com um posicionamento atual mais próximo da social-democracia. O mesmo ocorre com Orsi. "A referência da esquerda regional é Lula, mas a liderança jovem de Gabriel Boric [presidente do Chile] também reverbera em figuras como Orsi, como nas opiniões bastante críticas aos regimes de Venezuela, Nicarágua ou Cuba", observa Caetano.
María Santacecilia/Caminho Político
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