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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

'AINDA ESTOU AQUI': Juiz afasta comandante da PM acusado de torturar, desaparecer e matar adolescente em MT

Testemunha relatou à Polícia ter visto o major Wilson Neto extorquindo o jovem enquanto era torturado, exigindo o pagamento de R$ 7 mil à facção criminosa por droga apreendida.
O juiz da 2ª Vara de Peixoto de Azevedo afastou o comandante regional da Polícia Militar, major Wilson Pereira Padilha Neto, por envolvimento no sequestro, tortura, desaparecimento e possível homicídio do adolescente Pedro Henrique Ribeiro, de 17 anos, que foi levado por homens da PM, em outubro de 2023, e foi visto, pela última vez, no batalhão da Polícia Militar da cidade. Em maio do ano passado, o major também foi acusado de agredir uma defensora pública durante uma ação policial contra grilagens e invasões de terra – um tipo de atividade policial à qual costuma coordenar na região chamada de “Patrulha Rural”.
O menor é considerado presumidamente morto pelo delegado de Polícia Civil da cidade, Geraldo Gezoni Filho, que representou por medidas cautelares contra o comandante e um segundo suspeito que são investigados pelos crimes.
Em sua decisão, o juiz João Zibordi Lara, ainda determinou que o major seja realocado em uma cidade que tenha, no mínimo, 500 quilômetros de distância de Peixoto de Azevedo.
Um segundo envolvido nos crimes contra o adolescente, Wilkes Silva Souza, foi proibido de frequentar as dependências do Batalhão. Segundo as investigações, ele agia como uma espécie de falso policial e atuaria ilegalmente no Batalhão da cidade, sob a proteção do major.
Segundo a investigação, a irmã do adolescente relatou que em 6 de outubro de 2023 foi informada por uma vizinha que o menor havia sido preso por policiais militares, na presença do comandante-geral, e levado em um veículo descaracterizado.
Testemunha relatou tortura e extorsão a mando de facção criminosa
No Batalhão de Peixoto de Azevedo, a irmã relatou ter visto Pedro ser torturado a mando do comandante-geral.
À Polícia, ela relatou que o major chegou a agredi-la e que ele organizava drogas e dinheiro em sua mesa.
“Enquanto aguardava, presenciou o Major Neto organizando drogas e dinheiro sobre uma mesa e relatando que Pedro teria que pagar R$ 7 mil à facção criminosa devido ao entorpecente apreeendido“, diz trecho da decisão judicial ao qual o Isso É Notícia teve acesso.
À época, o major teria informado à família que o adolescente seria encaminhado à Delegacia da cidade, o que não ocorreu.
A mãe da vítima, então, procurou hospitais da região, mas em nenhum o adolescente foi encontrado.
A decisão judicial ainda destaca que outro envolvido nos crimes contra o menor também foram asssassinados no decorrer das investigações em 2023 “por agentes do Estado comandados pelo Major Neto”.
O Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer favorável ao afastamento do militar.
“A manutenção de Wilson Pereira no batalhão em que o Pedro Henrique Ribeiro foi visto pela última vez configura risco de intimidação dos subordinados e influência na condução da investigação, dado o poder hierárquico exercido pelo comandante na Polícia Militar. Conforme previsto no Código de Ética e Disciplina da corporação, a autoridade máxima do batalhão possui controle sobre as operações e ações dentro da unidade, o que pode afetar a imparcialidade e a liberdade dos subordinados para colaborar com a investigação. Há, portanto, o perigo de quem informações sejam ocultados ou manipuladas”, argumentou o juiz, na decisão.
O magistrado ainda proibiu qualquer contato do militar com os familiares da vítima ou testemunhas.
PM já afastou major do cargo
A Polícia Militar de Mato Grosso informou que já cumpriu a decisão judicial que determinou o afastamento do militar das funções de comandante regional.
“A PMMT informa ainda que permanece colaborando com as autoridades judiciais para o esclarecimento dos fatos“, informou a corporação ao portal.
Assessoria/novidadesmt/Caminho Político
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