O presidente do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental do Governo (Sinpaig-MT), Antônio Wagner, denunciou nesta segunda-feira (17.03), durante reunião do Conselho de Previdência do Estado de Mato Grosso, uma suposta fraude nos contratos consignados dos servidores públicos do estado. Wagner revelou que representantes do banco em que foram constatadas supostas fraudes sugeriram um acordo com o Sinpaig e teriam intimidado os sindicalistas citando um coronel da Polícia Militar com influência no Governo de Mato Grosso. A ameaça teria surgido depois que o sindicato começou a investigar as fraudes por meio de auditoria nos contratos.
“Nós estávamos fazendo muito tranquilamente este trabalho, só que no meio desse caminho nós recebemos uma ameaça velada, que ao nosso ver foi concretizada, porque na ameaça veio com a ideia de que nós tínhamos que aceitar um acordo porque tinha um coronel muito importante, influente e perigoso operando para este banco em Mato Grosso”, declarou o presidente do Sinpaig.
O coronel, que não teve o nome citado, esteve presente em uma assembleia do sindicato para discutir as fraudes, logo após a ameaça velada recebida para que o acordo fosse concretizado.
De acordo com o Sinpaig, cerca de 12 mil servidores podem estar sendo vítimas de fraudes nos empréstimos consignados registrados na folha de pagamento do Estado. O sindicato realizou uma auditoria que teria encontrado indícios de fraudes em 100% da amostra de contratos analisados.
“Há uma fraude na modalidade do crédito contratado. Estes contratos para aposentados e pensionistas, que são cinco mil aposentados e pensionistas e militares, que têm contrato com este banco, tem contratos de até 120 meses, ou seja, 10 anos da vida dessas pessoas amarradas nesses contratos consignados”, declarou Wagner.
O sindicalista comparou as ameaças sofridas com a morte do advogado Renato Nery, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Mato Grosso (OAB-MT), que segundo a Polícia Civil teria sido assassinado por membros de um grupo de extermínio formado por policiais militares da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam).
“Temos informações suficientes para nos preocuparmos com a nossa integridade física porque andaram matando advogados por aí e isso não é brincadeira porque nós estamos falando de R$ 12 milhões em folha, 120 meses, mais de R$ 1,5 bi contratado somente com este banco. Por isso aqui trago esta preocupação e faço ela publicamente mais uma vez”, alertou.
A denúncia foi feita na frente do secretário de Fazenda, Rogério Gallo, que é presidente do Conselho de Previdência, e do desembargador Hélio Nishiyama, representante do Tribunal de Justiça. Um dos conselheiros presentes no encontro, Haroldo de Moraes Júnior, representante do Tribunal de Contas do Estado, sugeriu o encaminhamento da denúncia ao Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), mas a ideia foi rejeitada por Gallo. O secretário entendeu que a melhor opção seria a criação de um grupo de trabalho, dentro do Conselho de Previdência, para discutir o assunto juntamente com o banco denunciado.
A reportagem tentou contato com a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão para saber se há alguma providência tomada em relação à denúncia de suposta fraude nos consignados, no entanto, até a publicação desta reportagem não obteve resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Lázaro Thor/pnbonline/Caminho Político
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