Após contagem se arrastar por semanas, vitória de conservador Nasry Asfura encerra eleição marcada por tensão e interferência dos EUA. Após mais de três semanas de uma contagem tensa e interferência pelos Estados Unidos, o candidato conservador Nasry "Tito" Asfura foi declarado nesta quarta-feira (24/12) vencedor da eleição presidencial de Honduras por uma margem inferior a um ponto percentual. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Asfura obteve 40,3% dos votos, superando o candidato de centro-direita Salvador Nasralla, que obteve 39,5%. Já a candidata do atual governo, a esquerdista Rixi Moncada, ficou bem atrás, com 19,2% dos votos.
De origem palestina e membro do Partido Nacional de Honduras, Asfura tem 67 anos e foi prefeito da capital Tegucigalpa entre 2014 e 2022.
Cerca de 6,5 milhões de hondurenhos estavam aptos a escolher o sucessor da presidente de esquerda, Xiomara Castro, além de novos membros do Parlamento e autoridades locais.
Acusações de fraude
A declaração final sobre a contagem de votos do pleito realizado originalmente em 30 de novembro ocorre após semanas de atrasos, protestos, contestações, problemas técnicos e acusações de fraude .
Tanto Nasralla quanto Moncada rejeitaram os resultados divulgados pelo CNE. "Falo como uma pessoa que acredita na democracia, que acredita na lei. Acima de tudo, que acredita na dignidade do voto de cada um de nós," disse o candidato de centro-direita, afirmando a contagem "não reflete a verdade completa do voto dos cidadãos."
O pleito também foi marcado por interferência explícita do presidente dos EUA, Donald Trump, que apoiou abertamente a candidatura de Asfura no país da América Central.
Na segunda-feira, o Departamento de Estado dos EUA, impaciente com o ritmo da contagem, também advertiu as autoridades hondurenhas a concluírem o processo. "O povo hondurenho já esperou o tempo suficiente. Merece um processo célere, transparente e confiável", declarou a pasta da diplomacia norte-americana.
Reconhecimento internacional
A Missão de Observação Eleitoral da Organização dos Estados Americanos em Honduras validou o resultado, afirmando que os dados informados pelas autoridades eleitorais refletem a vontade cidadã e que não foram identificados elementos para determinar fraude.
Oito países latino-americanos reconheceram a vitória de Asfura num comunicado conjunto. Argentina, Bolívia, Costa Rica, Equador, Panamá, Paraguai, Peru e República Dominicana desejaram que a transição de poder no país centro-americano "se desenvolva de maneira pacífica e ordenada".
Os governos se disseram dispostos a "trabalhar conjuntamente" com o governo de Asfura nos temas que os "unem como países irmãos, em particular o comércio, a segurança, a migração e o fortalecimento da democracia na região."
Também a União Europeia (UE) parabenizou Asfura pela vitória.
Interferência de Trump
Poucos dias antes da votação, Trump declarou apoio aberto a Asfura, a quem chamou de "o único verdadeiro amigo da liberdade em Honduras", no intuito de combater o que descreveu como "narcocomunismo" e confrontar o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
Trump também ameaçou cortar a ajuda financeira ao país caso seu candidato não fosse eleito, dizendo que os EUA "não vão jogar fora um bom dinheiro". "Um líder equivocado só pode trazer resultados catastróficos para um país", afirmou em postagem em sua rede social Truth Social, em novembro.
O americano prometeu que, se Asfura vencesse, haveria "muito apoio" para o país assolado pela pobreza, violência e por ondas migratórias de seus cidadãos para a América do Norte.
O apoio de Washington veio juntamente com um indulto para o ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández (2014-2022), condenado a 45 anos de prisão nos EUA por tráfico de drogas e membro do partido de Asfura.
A posse de Asfura como presidente está marcada para 27 de janeiro.
jps/ht (AP, Lusa, ots)Caminho Político
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