Há decisões políticas que ultrapassam o campo da burocracia e tocam o coração de um povo. A recente recomposição territorial de Santo Antônio de Leverger é uma dessas raras ocasiões em que a história, a justiça e a emoção se entrelaçam. Por unanimidade, os deputados estaduais aprovaram o acordo que devolve ao município comunidades tradicionais e seculares, como Mimoso e o Morro de Santo Antônio — pedaços vivos da memória mato-grossense. Durante anos, essas comunidades estiveram apartadas de sua origem, como filhos distantes de uma mãe que nunca deixou de chamá-los pelo nome. A separação territorial não foi apenas geográfica; foi simbólica, cultural e afetiva. Retirar Mimoso e o Morro de Santo Antônio de Leverger foi como arrancar páginas de um livro que narra a formação de um povo.
Agora, com a decisão da Assembleia Legislativa, essas páginas voltam ao seu lugar de origem. O gesto político ganha contornos poéticos: é o reencontro de uma cidade com sua própria alma. Leverger não apenas recupera terras, mas reata laços, reafirma identidades e devolve dignidade a comunidades que sempre souberam a quem pertenciam.
A votação unânime revela mais do que consenso político — revela sensibilidade histórica. Em tempos de divisões e disputas, ver o poder público reconhecer a força das tradições é um sopro de esperança. Santo Antônio de Leverger renasce, não como território ampliado, mas como símbolo de resistência, memória e amor à terra.
Porque há lugares que não se medem em hectares, mas em pertencimento. E Leverger, agora inteira novamente, volta a pulsar com o coração de seu povo.
Régis Oliveira/Caminho Político
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