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sábado, 20 de dezembro de 2025

Venezuela: Lula: intervenção na Venezuela seria catástrofe humanitária

Já presidente da Argentina, Javier Milei, pediu apoio aos EUA. Brasil não se junta a seis signatários de declaração que, às margens da cúpula do Mercosul, pressiona Maduro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu neste sábado (20/12), na cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu, que uma possível intervenção armada na Venezuela pelos Estados Unidos resultaria numa "catástrofe humanitária" e criaria um "precedente perigoso para o mundo".
"Quatro décadas depois da Guerra das Malvinas, o continente volta a ser ameaçado pela presença militar de uma potência", afirmou o presidente em referência ao cerco aeronaval estabelecido pelos Estados Unidos diante da costa venezuelana.
Lula já se propôs como mediador entre ambos os países para "evitar um conflito armado na América Latina" e manteve conversas telefônicas tanto com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quanto com o venezuelano Nicolás Maduro.
Os EUA interceptaram, também neste sábado, um petroleiro na costa venezuelana, dias depois de Trump ter ordenado um bloqueio a estas embarcações com origem ou destino do país sul-americano. A informação foi primeiro reportada pela imprensa e, depois, confirmada pelo Departamento de Segurança Nacional.
Argentina pede apoio aos EUA
Na reunião do Mercosul houve posições contrárias em relação à Venezuela, uma vez que o Brasil se negou a aprovar uma resolução ministerial proposta por Argentina e Paraguai para condenar violações aos direitos humanos no país vizinho e ameaças à democracia.
O presidente da Argentina, Javier Milei, pediu a seus parceiros do Mercosul que apoiem a pressão militar que os Estados Unidos exercem contra a Venezuela e que condenem o governo de Maduro.
"A Argentina saúda a pressão de Estados Unidos e Donald Trump para libertar o povo venezuelano. O tempo de ter uma aproximação tímida nessa matéria esgotou-se. Instamos, além disso, todos os demais integrantes do bloco a apoiarem essa posição e condenarem taxativamente esse experimento autoritário", disse Milei, segundo comunicado da presidência argentina.
Segundo fontes ouvidas pela EFE, o governo brasileiro teria concordado com uma menção à defesa dos direitos humanos no país vizinho na declaração final da cúpula, condicionada à expressão de preocupação com a mobilização militar dos EUA na região. Não houve acordo com os argentinos.
Declaração às margens
Um grupo de seis países assinou às margens da cúpula, entretanto, uma declaração pedindo que a Venezuela reestabeleça a ordem democrática por meios pacíficos e garanta o respeito irrestrito aos direitos humanos.
O documento foi endossado por Argentina, Paraguai, Panamá, Bolívia, Equador e Peru. O Brasil e o Uruguai não assinaram, nem o Chile, que compareceu à cúpula como Estado associado.
Os signatários expressaram ainda "profunda preocupação com a grave crise migratória, humanitária e social na Venezuela" e exortaram Maduro a libertar imediatamente todos os cidadãos "arbitrariamente" privados de liberdade.
A declaração não faz alusão aos Estados Unidos, embora seja mais moderada do que a posição defendida por Milei.
A cúpula em Foz do Iguaçu é também marcada pela frustração do Mercosul com o adiamento da assinatura do acordo de livre comércio com a União Europeia (UE), anteriormente esperada para este sábado.
Trump não descartou guerra
Trump não descartou a possibilidade de uma guerra com a Venezuela na sexta-feira. O líder da Casa Branca recusou-se, por outro lado, a comentar se o objetivo das operações militares norte-americanas é a deposição de Maduro, com o qual conversou por telefone em novembro.
"Os Estados Unidos continuarão a perseguir o movimento ilícito de petróleo embargado que é usado para financiar o narcoterrorismo na região. Nós encontraremos e deteremos vocês," disse, numa rede social, a secretária de Segurança Interna de Trump, Kristi Noem.
Já o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, citou um "regime ilegítimo que coopera abertamente com terroristas que ameaçam a segurança dos Estados Unidos."
Os Estados Unidos aumentaram nas últimas semanas a pressão sobre governo de Maduro, a quem acusam de liderar o Cartel de los Soles, alegação negada por Caracas.
Por sua vez, a Venezuela disse neste sábado ter recebido uma oferta de cooperação do Irã "em todos os âmbitos" para enfrentar "a pirataria e o terrorismo internacional" dos Estados Unidos no Caribe.
as/ht (Lusa, Efe, AFP)Caminho Político
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