O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar
decidiu, nesta terça-feira, arquivar a representação contra o deputado
João Carlos Bacelar (PR-BA), acusado de nepotismo cruzado, utilização
irregular de secretário parlamentar e negociação escusa entre
parlamentar e servidor.
Dos 21 integrantes do Conselho, 12 participaram da votação, que foi
nominal. 11 deputados votaram com o relator, deputado Guilherme Mussi
(PSD-SP), inocentando Bacelar, o número mínimo exigido. O deputado
Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) se absteve.
A acusação contra Bacelar foi feita em representação da Mesa Diretora,
com base em ofício do Psol. Mussi disse que os fatos apontados na
representação não foram comprovados.
O ofício do Psol se baseia em
reportagem da revista Veja, de outubro do ano passado, segundo a
qual Bacelar teria empregado no gabinete dele, como secretárias
parlamentares, a mãe e a irmã do deputado estadual da Bahia Nelson Leal.
Em troca, Leal teria dado emprego à mãe e a um tio de Bacelar. Além
disso, uma das pessoas empregadas no gabinete do deputado federal seria
"laranja" dele em uma emissora de rádio na Bahia e empregada doméstica
de sua família.
Deputado nega acusações
João Carlos Bacelar negou as acusações e acusou a irmã dele, Lílian, autora das denúncias e com quem trava uma disputa judicial por herança, de querer atacar seu "capital político". Guilherme Mussi considerou a denúncia inepta e pediu o arquivamento da representação.
Precedente perigoso
O líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), disse que o resultado da reunião abre um precedente perigoso, que é o da absolvição sumária. “O relator, de maneira inédita, dispensou as testemunhas arroladas pelo representado.
Outro agravante foi que a Assembleia Legislativa da Bahia
não enviou documentos, pedidos pela Corregedoria Parlamentar, que
poderiam comprovar a tese do nepotismo cruzado. O relator não cobrou o
envio desses documentos”, disse.
Já o presidente do conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA),
declarou que o relator é o dono do processo e que não houve prejuízo ao
princípio do contraditório. “O contraditório se daria aqui no momento em
que o deputado Bacelar apresentou sua defesa, mas nenhum deputado fez
uma pergunta sequer”, afirmou.
Outra denúncia
O deputado João Carlos Bacelar saiu da reunião sem falar com os jornalistas. Ele é alvo de mais uma representação do Psol. Desta vez, é acusado de fazer permuta de emendas parlamentares para beneficiar empresas da família dele.
Como foi feita por partido
político, essa representação foi protocolada diretamente no Conselho de
Ética. O relator que vai analisar a denúncia deve ser designado pelo
presidente do colegiado em agosto, depois do recesso parlamentar.
Reportagem – Jaciene Alves
Edição – Newton Araújo
Edição – Newton Araújo
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