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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

"Ano eleitoral reacende debate sobre financiamento exclusivamente público de campanha "


Ano eleitoral reacende debate sobre financiamento exclusivamente público de campanha.
 
Sistema é apontado pelos defensores como golpe no caixa dois; projeto aprovado na CCJ será votado em Plenário, após pedido de recurso.
A discussão sobre o financiamento exclusivamente público das campanhas eleitorais ganhou força recentemente no Senado devido à proximidade das eleições municipais, quando cresce a atenção sobre a origem dos recursos e o valor das despesas de campanha.

Os defensores dizem que, além de assegurar equilíbrio econômico entre os candidatos, o financiamento público servirá para deixar claro quem paga a conta. Quem discorda alega que a mudança não será capaz de neutralizar interferências do poder econômico.

 O financiamento exclusivamente público será a maior revolução desde a conquista da eleição direta para presidente — disse Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Fala-se de financiamento exclusivo porque o atual modelo já é parcialmente financiado com recursos públicos, com dinheiro do fundo partidário e, ainda, pela garantia de horário eleitoral gratuito nas emissoras privadas de rádio e televisão.

O advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral, afirma que o financiamento público poderá ser um golpe no caixa dois — doações não registradas e com recursos muitas vezes não declarados à Receita Federal.

Inácio Arruda (PCdoB-CE) concorda.

Ou mudamos ou vamos conviver com um sistema que conduz ao desvio de recursos — disse o senador.

Para Eduardo Braga (PMDB-AM), porém, há ingenuidade na ideia de que o “PIB brasileiro” ficará fora das eleições.

A economia privada pode passar a interferir no processo democrático sempre pelo caixa dois. Então, será o caso de jogar todo o PIB brasileiro para uma via ilegal? — questionou.

No Senado, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovou o financiamento apenas com recursos públicos (PLS 268/11) no ano passado. O projeto, assinado por José Sarney (PMDB-AP) e Francisco Dornelles (PP-RJ), proíbe doações em dinheiro de pessoas físicas e jurídicas. Os recursos sairiam de fundo administrado pela Justiça Eleitoral, que deverá receber, em ano de campanha, R$ 7 por eleitor inscrito.

Inácio diz acreditar no consenso, mas alerta que o projeto de financiamento exclusivamente público tem avançado com controvérsias. Deveria ter seguido direto para a Câmara, mas a oposição apresentou recurso para votação em Plenário.

Líder do PSDB, Alvaro Dias (PR) exime a oposição de responsabilidade pelo tímido avanço da proposta. Segundo ele, o debate é lento por falta de disposição do governo.
José Agripino (RN), líder do DEM, diz que o fundamental é coibir e punir as infrações.
Ele admite práticas ilegítimas em todo o arco partidário.

Randolfe admite que o financiamento exclusivamente público dispensa a necessidade de mais controle, fiscalização e punição, além de dar mais autonomia aos eleitos.
 Enquanto os políticos forem eleitos solicitando dinheiro de empreiteiras ou de qualquer outro setor, sempre acabarão rendendo homenagens a seus financiadores, os verdadeiros detentores do mandato — disse Randolfe.

Atualmente a sociedade já pode acompanhar os gastos das campanhas pelo site da Justiça Eleitoral (www.tse.jus.br). O prazo para a divulgação da primeira prestação de contas encerrou-se dia 6.


Jornal do Senado

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