Uma tentativa de evangelização a uma praticante do Candomblé
resultou em desentendimento e um Boletim de Ocorrência foi registrado com
queixa de intolerância religiosa, em Lauro de Freitas, na Bahia.
O pai de santo Tata Ricardo Tavares afirma ter ido a uma
lanchonete comprar uma garrafa d’água junto com uma de suas filhas de santo, e
a atendente da lanchonete, ao se despedir, disse “Jesus te ama e quer salvar
sua alma de satanás”.
O gesto foi respondido, segundo Tavares, com reciprocidade:
“Eu estou feliz, minha alma não está com satanás. Oxalá também te ama também”,
disse o pai de santo, que acusa a atendente evangélica de ter respondido de
forma intolerante, dizendo que “satanás estava repreendido – segundo ela,
Oxalá”.
Tavares diz ainda que a atendente afirmou que “Jesus tinha
que queimar satanás de nossa vida porque nós éramos servos de satanás”.
A evangélica não quis conceder entrevista ao telejornal
Bahia TV, e seu advogado afirmou que o caso foi superdimensionado pelos adeptos
do candomblé: “Ela apenas manifestou uma saudação comum aos evangélicos,
declarando que Jesus amava e fez com que o praticante do candomblé se sentisse
ofendido com isso e provocasse um grande tumulto no seu local de trabalho,
inclusive a ofendendo”, afirmou Helinelson Santana.
A delegada responsável pelo caso, Dilma Leite Nunes, afirmou
que o inquérito policial foi instaurado para apurar os fatos. Os envolvidos
foram ao 23º DP prestar depoimentos nesta terça-feira, 16 de abril.
Cerca de 30 adeptos do candomblé fizeram uma manifestação em
frente à delegacia para protestar contra a atitude considerada intolerante. O
pai de santo Tata Ricardo Tavares disse que irá até o fim na questão, e quer
que a evangélica seja punida: “Quero que ela seja punida pelo que ela fez.
Vivemos numa sociedade plural. A Constituição garante o livre direito às
manifestações de fé e religiosa. Não vou generalizar porque nem todo evangélico
é assim. Mas quero uma reparação criminal”, afirmou.
Segundo a delegada Dilma Nunes, se comprovado, o crime de
intolerância religiosa pode render de 1 a 3 anos de prisão.
Tiago Chagas, para o Gospel+
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