A baixa adesão dos deputados à sessão
convocada para esta segunda-feira aliada à obstrução do DEM e do PSDB
inviabilizaram o início do esforço concentrado da Câmara dos Deputados. A oposição obstruiu para pressionar pela criação de uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) para investigar denúncias contra a Petrobras, o que depende de decisão do Senado.
Assim, ficou para esta terça-feira a votação das três medidas provisórias (MPs 628, 630 e 631) e do projeto com urgência constitucional (PL 6809/13) que trancam a pauta e também dos projetos do esforço concentrado.
A sessão caiu logo no primeiro requerimento de obstrução, já que não
havia número suficiente de deputados na Casa para continuar os
trabalhos. No início da tarde, alguns líderes governistas já admitiram
que seria difícil cumprir a pauta com baixa presença e obstrução.
Para o líder do PT, deputado Vicentinho (SP), o mais complicado seria
contar com a presença suficiente para manter sempre em Plenário o
quórum mínimo de 256 deputados. “A obstrução em si não muda muita coisa,
porque eles [parlamentares da oposição] não têm voto para impedir uma
sessão”, disse.
O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), destacou que
há polêmica na votação da MP 630/13, que amplia o Regime Diferenciado de
Contratações (RDC) da Copa para
todas as obras públicas. “Esta MP vai dar maiores debates. Assim, na
minha opinião, dificilmente vamos chegar a votar hoje [segunda-feira] os
outros projetos da pauta”, disse.
Petrobras
A oposição pressiona pela criação de uma CPMI para investigar a Petrobras, mas o Senado ainda precisa decidir sobre qual será o escopo de atuação da comissão. Enquanto isso, as lideranças de oposição no Senado prometem ir à Justiça para cobrar a instalação da CPI.
A oposição pressiona pela criação de uma CPMI para investigar a Petrobras, mas o Senado ainda precisa decidir sobre qual será o escopo de atuação da comissão. Enquanto isso, as lideranças de oposição no Senado prometem ir à Justiça para cobrar a instalação da CPI.
Entre as denúncias contra a Petrobras estão a de recebimento de
propina por funcionários da estatal e de compra superfaturada de
refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos.
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), acusa o governo de
tentar inviabilizar a investigação sobre a Petrobras, ao incluir no
alcance da comissão o escândalo do metrô de São Paulo e outras
denúncias. “O governo quer desviar o foco e tenta de qualquer forma
abafar uma crise que só faz aumentar a cada dia. As denúncias não param.
A nova estratégia agora é tumultuar o processo, sugerindo a inclusão de
temas que não têm qualquer correlação com a Petrobras na CPI”, acusou
Mendonça.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, criticou a obstrução.
Ele disse que a Câmara não pode ser punida por atos do Senado. “Esta
presidência não tem como resolver a questão da CPI da Petrobras. Não
quero que a Casa seja penalizada por uma decisão do Senado e ter a pauta
de projetos obstruída”, disse.
BNDES
DEM, PSDB, PPS e SDD criticaram a MP 628/13, primeiro item da pauta do Plenário, que autoriza a União a conceder crédito de R$ 24 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamentos de longo prazo ligados principalmente a programas de investimentos governamentais. Para esses partidos, é preciso haver “critérios mais claros” de aplicação dos recursos do BNDES.
DEM, PSDB, PPS e SDD criticaram a MP 628/13, primeiro item da pauta do Plenário, que autoriza a União a conceder crédito de R$ 24 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamentos de longo prazo ligados principalmente a programas de investimentos governamentais. Para esses partidos, é preciso haver “critérios mais claros” de aplicação dos recursos do BNDES.
Mendonça Filho acusou o BNDES de ter um “orçamento paralelo”, que não
é controlado pela sociedade. Ele também considerou que a MP 628 tira
poder do Legislativo para tratar do Orçamento.
Já o líder do governo, Arlindo Chinaglia, disse que a oposição faz
disputa política. "Está havendo obstrução por parte da oposição para
fazer disputa política, inclusive negando crédito para o BNDES, que gera
emprego e investimento para o País, atrai investimento."
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli
Edição – Pierre Triboli
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