
Ao meio das explanações levantou-se a informação de que a maioria dos empresários está contratando policiais da ativa nas folgas, ou aposentados, para terem segurança. Aos poucos, ainda se admitiu a formação de “milícias brancas” com policiais para protegerem as empresas contra os roubos. Todos admitiram que se sentem desconfortáveis com isso e de algum modo temem no futuro se tornarem prisioneiros de uma “corporação de segurança” informal e tão violenta quanto os ladrões tradicionais.
O próprio secretário de Segurança advertiu quanto ao risco. “Esse pessoal vai se tornando ambicioso e vai ficar fora do controle de vocês. Não haverá dinheiro que chegue pra vocês pagá-los”. De outro lado, o mesmo secretário avisou: “esta violência não nasceu hoje e não será eliminada de um dia par ao o outro”.
Trago o assunto porque o secretário divulgou informações no fim de semana que a violência diminuiu. Cuiabá e Várzea Grande, segundo ele, são um caso à parte, muito embora sejam onde a violência mais cresce. “Não podemos pegar um fato isolado e trazer para um contexto de todo um sistema que vem apresentando resultados positivos. Esses fatos pontuais devem ser contidos com ações contínuas, no médio e longo prazos, e novos investimentos financeiros para aquisição equipamentos de segurança, armamentos, viaturas, e estruturas de inteligência”.
Os empresários do comércio admitem o achaque de policiais em serviço oferecendo segurança. Admitem também o achaque quando não aceitam os serviços oferecidos e, frequentemente, depois da negativa sofrem assaltos. “É a ameaça velada”, confessou-me um dos empresários. Muito caminho pela frente até a segurança pública significar segurança coletiva. Até lá, milícias...!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
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