Concluo essa série de três artigos sobre o futuro de Mato Grosso, na visão do dirigente da maior empresa do estado, dono da experiência de duas gestões como governador e como senador há cinco anos. Falamos, é claro, nas implicações da política atual do governo federal na responsabilidade de estar desconstruindo a economia brasileira e desestruturando a política.
“Tenho sido muito crítico. Não cabe a estrutura de governo que temos hoje dentro do nosso orçamento. A economia brasileira não consegue pagar. Isso está aí na economia. Somos um país pobre, afinal. A economia tem que produzir muito pra pagar. Exemplo: um funcionário público que ganha 50 mil, soma 600 mil por ano. Para ter essa renda, um produtor terá que plantar 1 mil hectares de lavoura, com todos os riscos.”
Perguntei-lhe: “quando o Brasil vai acordar dessa bagunça atual”. Resposta direta: “Em 2018”. Por que, perguntei. “Sou defensor do impeachment da presidente Dilma porque é o único caminho pra acelerar esse processo. Tá mais do que comprovado que com a presidente Dilma e o seu governo, não haverá grandes mudanças, porque não há apelo no mercado e nem na população para grandes mudanças. A crise que vivemos é de confiança. Os números macros do país são bons. O Brasil não é um país quebrado. Está quebrado internamente porque a gestão é muito ruim. Veja a Argentina. Não faz 40 dias que o presidente assumiu e está tirando o país do buraco de um governo de 13 anos. Não fez muita coisa: balizou o país pra dentro e pra fora. Hoje a Argentina tem grau de confiança melhor do que o Brasil. Não faz sentido. Tenho negócios na Argentina e sei como lá funciona. Uma catástrofe. Em 40 dias o país já tem rumo”.
Perguntei-lhe: “isso aconteceria no Brasil?. “Com certeza”, respondeu. “Tenho certeza de que se hoje não fosse a Dilma, poderia ser qualquer um que dissesse que não será candidato em 2018, quero os partidos aqui comigo, precisamos por o país na linha. Façam a eleição longe do governo. Em 40 dias o país será outro!”. Perguntei: “ e se a Dilma não sair?”. Resposta: “Vai ser igual a esse 2015 que passamos. Daí pra trás. Aliás, acho 2016 pior do que 2015. A crise é de confiança!”.
Perguntei: “Há alguém pra assumir o governo se Dilma sair?”. Resposta: “não. Pode ser Zé ou Mané! Quem for terá que construir um grande pacto com a sociedade porque não terá capital político pra queimar. Sem pacto não vai”. Perguntei: “no país haveria um nome capaz de construir esse pacto e fazer o país andar? Resposta: “pra mim seria o José Serra: preparado, conhece e é trabalhador, capaz de por o país pra funcionar. Tudo depende das circunstâncias”.
Por fim, a crise está amadurecendo o país, coisas como financiar eleições e como gerir este país. Pergunto: “teremos futuro?”. Resposta: “teremos se mudar a presidente da República, agora ou em 2018”. “Mato Grosso é uma ilha dentro do Brasil”.
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso
ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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