
Arraes desacreditava que grupos privados estivessem dispostos a fazer investimentos no rio, como tentava justificar o governo para levar adiante a privatização, “numa época em que o jogo financeiro mostra-se mais rentável que o próprio setor produtivo”. Para Arraes, as medidas que seriam adotadas “por motivos circunstanciais” para promover a venda da companhia visavam apenas atender aos “ditames do sistema financeiro”. “Devemos reconhecer a utilidade dos recursos internacionais. Entretanto, a destinação desses recursos visa apenas atenuar, e não deter, o crescente empobrecimento que nos impõem as circunstâncias e que nos colocam no caminho de uma subordinação contra a qual sempre lutamos”, avaliou. Arraes disse ainda no texto que as privatizações no país ocorriam sempre no sentido de os monopólios privados “se apoderarem do que já está construído e consolidado”, nunca para novas iniciativas. Para o socialista, o papel da iniciativa privada “jamais” seria o de resolver problemas sociais e corrigir diferenças regionais. No mesmo ano em que escreveu a carta, o governo de Fernando Henrique Cardoso recuou da decisão de privatizar a estatal.
Leia a íntegra da carta de Miguel Arraes aqui.
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