
Segundo o pesquisador, atualmente o custo da violência no Brasil chega a consumir 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, o que equivale a 404 bilhões de reais. Isso, anualmente. Diante dessa realidade, Cerqueira apresentou os "ingredientes essenciais" utilizados em outros países nas ações de segurança pública e que resultaram na diminuição dos índices de violência, sobretudo dos casos de homicídio.
Além do controle de armas de fogo e da repressão qualificada à criminalidade, as oportunidades educacionais, desde a primeira infância até a formação e qualificação profissional, foram destaque no discurso do palestrante, demonstrando a interdisciplinaridade social entre Segurança e Educação.
"Políticas de segurança pública, efetivas e que dão certo, são necessariamente intersetoriais . Não adianta ficar achando que segurança pública é só colocar patrulha na rua para atender a demanda cotidiana. E também não dá pra pensar que só a educação vai resolver. É uma integração, um plano de ações de curto, médio e longo prazo".
Ainda conforme o professor, é necessário pensar na "reformulação do modelo de polícia no Brasil, que vai ser balizado não pela truculência, pela força ou pela ostensividade, mas sim pela informação e pela inteligência". "Quando você congrega esses dois elementos, ações de curto e longo prazo, você garante a queda dos índices de criminalidade no local", explica.
O segundo palestrante do dia foi o professor doutor Naldson Ramos da Costa, coordenador do Núcleo de Estudos da Violência e Cidadania da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). Ele abordou a discussão teórica entre os ciclo de polícia, completo e incompleto. "A dualidade entre polícia ostensiva e polícia investigativa tornou-se um fato crônico da ineficiência na provisão de Segurança", avalia.
Por fim, o delegado Bruno Barcellos, da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, apresentou as dificuldades enfrentadas no dia a dia da profissão e lembrou da necessidade de mais investimento em inteligência policial.
O gestor governamental Alex Sandro Sales da Costa, responsável pelo Núcleo de Gestão Estratégica para Resultados (NGER) e que atua na área de Segurança, avaliou positivamente a iniciativa da AGGEMT em trazer o tema à discussão no I Seminário. "As respostas para as demandas nessa área não podem ser apenas reativas. Esse olhar mais técnico, com diagnóstico e planejamento precisa ser mais disseminado", defendeu.
O I Seminário de Políticas Públicas e Gestão Governamental é promovido pela Associação dos Gestores Governamentais do Estado de Mato Grosso (AGGEMT) e faz parte do plano de capacitação para servidores da carreira elaborado pela atual diretoria. O curso realizado na última sexta-feira é o sétimo de uma série de cursos que serão promovidos durante o seminário.
Segundo diretora de Estudos e Pesquisa da AGGEMT, Rita de Cássia Volpato, responsável pela realização do evento, o próximo debate será no dia 21 de setembro e vai abordar Gestão de Pessoas.
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