
Mas como se pode tirar voto dele? “[Dizer que] Bolsonaro apoia o regime militar. Já acabou! Reforça os deles. Como muda? Não é atacando. O povo, no fim, não gosta de ataques, sobretudo ataques pessoais. Atacar Bolsonaro é gol contra”, avalia. Ele não descreveu, porém, qual seria a melhor forma de desconstruir a imagem do líder nas pesquisas eleitorais sem a presença do ex-presidente Lula.Na entrevista a Thaís Bilenky, Fernando Henrique diz que Alckmin não deve esconder o PSDB e que a população não sabe que o partido integra o governo Michel Temer.
“O PSDB não está no governo, este é o PMDB”, disse, antes de ser confrontado pela repórter de que os tucanos sempre estiveram com Temer desde o impeachment. “O povo não sabe, não se liga nisso. Uma coisa somos nós, intelectuais, jornalistas, que vivemos nesse meio. Para o povo, tem que mostrar como é o Geraldo. É uma fragilidade das instituições democráticas. O desempenho da personalidade, do líder, conta mais que os partidos.”
Ordem e medo
Na avaliação do ex-presidente, Bolsonaro cresce em razão do anseio popular pela “ordem” e pelo “medo” diante do cenário de crise política, ética e econômica. Para ele, Alckmin deve ressaltar que é capaz de impor ordem mesmo tendo uma personalidade completamente oposta à do candidato do PSL.
“Em campanha, acho eu, você tem que ser do jeito que você é. Geraldo não pode ser uma pessoa extravagante, porque ele não é. Tem que mostrar que é bom ser como ele é para governar o Brasil. Estamos frente a uma situação em que tem muita falta de rumo. Bolsonaro diz que vem com tacape e põe ordem. Geraldo tem que dizer que não precisa de tacape para pôr ordem.” “O PSDB tem que ir para o segundo turno. O Brasil precisa de ordem sem tacape”, reforça.
FHC acredita que Lula, preso, terá dificuldade na transferência de votos para Fernando Haddad, que deve herdar sua candidatura após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Lula sempre se caracterizou por não aceitar número dois. Com a Dilma fez assim e deu certo. Agora é mais difícil, a situação do Lula é mais delicada e já houve a experiência de eleger alguém que o Lula apoiou e esse alguém não é querido da população. Agora, reitero o que eu disse para o Haddad também. Depende de como vão se comportar, a mensagem. [O poder da rede social] de transformar em voto não foi testado. Há a sensação de ser crescente. Do ponto de vista sociológico, é interessante o que vai acontecer”, considera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário