Dono da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC), que inclui o jornal Correio Popular, Sylvino de Godoy Neto foi preso na tarde de quinta-feira, em Campinas. O empresário estava sendo investigado por suspeita de participação em um esquema de desvio de recursos públicos da saúde no município.O Ministério Público Estadual (MPE) expediu oito mandados de prisão temporária, incluindo Godoy Neto, seu filho Gustavo Katthar de Godoy e o ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin. A promotoria acusa Godoy Neto de usar o jornal para tentar impedir as investigações sobre os desvios forçando a produção de matérias contra três vereadores que pediram a abertura de CPI para apurar as denúncias de fraude.
De acordo com as investigações do Grupo de Autuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um esquema envolvendo fraude em licitação, corrupção de servidores públicos, peculato e lavagem de dinheiro já teria lesado os cofres públicos em aproximadamente R$ 7 milhões. Os desvios envolvem a Organização Social Vitale, responsável pelo gerenciamento do Hospital Ouro Verde, contratada por influência de Sylvino. O filho do empresário é médico e um dos beneficiados através de contratos superfaturados.
Gravações feitas com autorização da Justiça, às quais o G1 e a EPTV tiveram acesso, registram a pressão de Godoy Neto sobre um dos diretores do Correio para prejudicar parlamentares que queriam a CPI. "Eu quero levantar, ele (vereador Tenente Santini, do PSD) que é contra cargo comissionado, quantas pessoas ele tem subordinadas a ele no gabinete. E pede para a Teresa (repórter) não colocar mais o nome dele na coluna. E observa bem, quem descer o p... na gente, coloca na marca do pênalti: é só notícia ruim", diz o empresário em uma delas. Os outros alvos do empresário eram os vereadores Marcelo Silva (PSD) e Pedro Tourinho (PT).
A defesa de Godoy e de seu filho negou as acusações. Gustavo ainda não foi localizado pela polícia.
IMPRENSA/Caminho Político
Nenhum comentário:
Postar um comentário