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sexta-feira, 31 de maio de 2019

"Estudantes mantêm queda de braço com Bolsonaro acirrada"

Manifestação em Curitiba a favor da educação em frente à Universidade Federal do ParanáManifestantes voltam às ruas e mantêm educação no centro da disputa política atual no Brasil. Com isso, um mês de maio de protestos chega ao fim. E pode forçar o presidente a priorizar o diálogo em vez da radicalização.Estudantes e professores saíram às ruas nesta quinta-feira (30/05) para protestar, pela segunda vez, contra a política de austeridade do governo Jair Bolsonaro para educação.
As manifestações perderam um pouco de força em relação aos protestos realizados em 15 de maio, mas se mostraram presentes em mais de 130 cidades. Nesta quinta, foram registrados protestos em 136 cidades, em comparação com as 222 cidades em 15 de maio. O segundo dia de manifestações estava no mesmo nível dos protestos dos apoiadores de Bolsonaro realizados no último domingo.
O cientista político Ricardo Ismael diz que os protestos desta quinta-feira não foram marcados com a antecedência necessária, o que pode ter afetado o comparecimento. "Mesmo assim, eles foram importantes para manter a mobilização para, futuramente, ser convocada uma nova manifestação", frisa.
O cientista político Marco Aurélio Nogueira, por sua vez, diz que os protestos mostraram duas coisas: a importância central da educação na luta política atual – o que, segundo ele, é muito positivo.
"Foram manifestações que tiram um pouco da legitimidade que o Ministério da Educação do governo Bolsonaro está tentando obter", comenta Nogueira. "Isso porque, a cada vez que ele faz algum movimento, há uma contestação de massa importante."
Protesto dos estudantes em São PauloJá o sociólogo Celso Rocha de Barros diz que a manifestação que realmente fez a diferença foi a de 15 de maio. "Ela foi gigantesca e conseguiu atrair muita gente que não era militante da esquerda. E isso era tudo o que o governo não queria", completa.
Rocha de Barros diz ainda que os protestos desta quinta-feira contra a política de educação do governo, por outro lado, assemelham-se às manifestações dos apoiadores de Bolsonaro de 26 de maio.
"As duas atraíram gente que já era mais de um lado ou do outro. Nesta quinta-feira, os protestos atraíram mais as pessoas da esquerda e, no domingo passado, mais o pessoal da direita. Só a manifestação do dia 15 de maio conseguiu furar essa bolha", comenta.
O pedido do Ministério da Educação para que pessoas denunciassem a convocação por "professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis" para a participação nos protestos também causou controvérsias.
"É uma questão mais retórica. Na prática, acho que isso não vai acontecer", assinala Ismael. "É uma tentativa de desqualificar a mobilização ou, até mesmo, pressionar os professores ao criar algum tipo de ameaça."
Já Nogueira critica duramente o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por incentivar a denunciação de pessoas. "Isso é uma coisa fascista. Mas acho que é fumaça, porque não tem como essa orientação ser cumprida. São ameaças retóricas e pretexto para justificar a falta de condução eficaz na área de educação.
O balanço de Nogueira para os protestos realizados em maio está equilibrado: "Tanto Bolsonaro como seus críticos mostraram que a mobilização realizada durante a campanha eleitoral ainda está viva. Acho que está zero a zero.""O governo estava com dificuldades operacionais, mas Bolsonaro passou a ter uma maior força argumentativa por causa desse apoio social", diz Nogueira sobre as manifestações pró-Bolsonaro realizadas no último domingo. "Bolsonaro ganhou um pouco de oxigênio."
"Bolsonaro está enfraquecido como governo: ele não consegue governar", continua Nogueira. "Mas quando se vê o apoio na sociedade, ele tem força. E é força suficiente para ele respirar." Segundo ele, é questionável, no entanto, se o Congresso reagirá agora de forma mais afável ou mais reativo após as hostilidades dos apoiadores de Bolsonaro.
Por outro lado, Rocha de Barros vê a posição de Bolsonaro enfraquecida pelos protestos de seus apoiadores. Muitos manifestantes atacaram o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso no último domingo, colocando Bolsonaro numa posição difícil. Ele também teve que impedir que partes do seu próprio partido, o PSL, abraçassem exigências radicais dos manifestantes no Congresso. O partido até ameaçou uma rebelião contra o presidente.
Uma derrota de Bolsonaro no Congresso poderia ter consequências catastróficas, afirma Rocha de Barros. Especialmente explosivo foi o debate sobre a manutenção ou não do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça. Isso ameaçou nada menos que uma derrota na votação da Medida Provisória (MP) 870, que poderia mergulhar o governo num caos administrativo absoluto.
"Na verdade, Bolsonaro criou um grande problema para ele mesmo com aquela manifestação", opina Rocha de Barros. "A passeata dele foi muito mal articulada com a própria estratégia parlamentar. A parte do governo Bolsonaro que é autoritária e populista simplesmente não conversa com as pessoas que estão tentando governar."
Bolsonaro, porém, esperava mais das manifestações realizadas no último domingo. "Mas não foi grande suficiente para ter um impacto político significativo para ele desafiar as instituições, enfraquecer o Congresso ou censurar a imprensa. E, por isso, há sinais agora de que ele está tentando uma acomodação", avalia Rocha de Barros.
O analista afirma, ainda, que o sonho de Bolsonaro de um "levante autoritário" deve ser primeiramente adiado. Em vez disso, o presidente deve fazer agora um pacto com as instituições para, por enquanto, costurar tréguas. "Então foi bom para a democracia brasileira que o levante autoritário tenha dado errado", comenta Rocha de Barros.
Para o sociólogo, especialmente a economia fraca e a ameaça de uma crise financeira devem forçar, primeiramente, o bom-senso. "Não é para ele brincar de passeata populista agora. Por pelo menos um mês ele deve moderar o tom. Ele precisa aprovar os créditos suplementares no Congresso, se não as finanças públicas travam", explica. "Mas é enganoso achar que ele desistiu de ser populista e autoritário. Ele só está fraco."
Thomas Milz (do Rio)Caminho Político

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