
"Naquele momento, me veio simplesmente o ato de retirar aquele cartaz e continuar a bater palma pelo Dia da Consciência Negra. Espero que os senhores até reflitam sobre a minha atitude, mas principalmente coloque acima a minha posição", emendou.
O deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) defendeu o Tadeu. Conhecido por ter quebrado uma placa em homenagem à vereadora Marielle Franco durante um comício, Silveira defendeu que genocídio negro é uma "falácia" e que, na sua atuação como policial militar, nunca viu tal prática."É evidente que mais negros morrem. Eu tive o prazer e o desprazer de operar em todas as favelas do estado do Rio de Janeiro. Lá tem mais negros com arma, tem mais negros cometendo o crime, mais negros confrontando a polícia, e mais negros morrem", disse.
Quebra de decoro
A oposição condenou a atitude dos dois parlamentares. A líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), informou que vai recorrer ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. "O crime de racismo é inafiançável. Esses crimes precisam ser cada vez mais denunciados, porque há intolerância. O deputado não tolerou, não suportou, aí é que os crimes acontecem", declarou. Além disso, deputados do Psol também convocaram os pares a sair do Plenário depois que Tadeu sentou-se ao lado do presidente da Câmara na Mesa Diretora.

O deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ) denunciou o que classifica de racismo estrutural e disse que a Câmara dos Deputados deve ser a casa das ideias, não a casa da violência. Ele criticou ainda a fala de Daniel Silveira.
"Dizer que os negros morrem mais porque cometem mais crimes é de um racismo violentíssimo, é uma frase absolutamente inaceitável. Essa ignorância faz mal para a segurança, e racismo é crime", afirmou.
A retirada da placa também foi criticada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que cobrou dos deputados a solução de conflitos por meio do diálogo.
Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Geórgia Moraes
Caminho Político
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