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sábado, 4 de janeiro de 2020

"DESTAQUE:Resenha do livro Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI"

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Como disse Roberto Medina no prefácio de Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI, obra de Igor Pípolo e Fernando Montenegro, “a segurança do evento está ligada à qualidade da entrega. Um público bem atendido é o melhor seguro que podemos fazer para que um evento possa transcorrer de forma ordenada e em paz”. Ainda nos amparando em Roberto Medina, “quando os portões se abrem, o público entra correndo porque ali sabe que estará seguro, vai ser respeitado, atendido em suas necessidades e vai viver experiências que vão ficar para toda a vida”. Por isso, mais do que nunca, é dever do organizador prover o evento de TODA SEGURANÇA requerida. Afinal, ainda nas palavras de Medina, um evento “exige um projeto técnico rigoroso, que envolve profissionais de diversos departamentos, Comunicação, Financeiro, Jurídico, Tecnológico, Comercial, Artístico, Operacional e Segurança. Engenheiros, arquitetos, projetistas, cenógrafos, produtores e outras centenas de profissionais comprometidos na construção de um evento com toneladas de equipamentos, enquanto os profissionais de segurança garantem,
silenciosamente, o desenvolvimento das atividades”.
Resultado de imagem para livro Gestão de Riscos em Eventos no Século XXIAfinal, como disse Ayrton Senna, também citado em Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI, “no que diz respeito ao desempenho, ao compromisso, ao esforço e à dedicação, não há meio termo. Ou você faz uma coisa bem-feita, ou não faz”.
Sérgio Junqueira Arantes, a quem Gestão de Riscos é dedicado, em 2013 fez o prefácio do livro Segurança em Eventos – Não dá para ficar sem!, de autoria de outra lutadora em prol da Segurança em Eventos, Andréa Nakane, livro publicado logo após a tragédia de Santa Maria, mas gestado nos anos que a antecederam. Em seu prefacio, Junqueira transcreve artigo que publicou no Portal Eventos, “Somos todos culpados da tragédia de Santa Maria”, e trata de pesquisa recém produzida pela Revista Eventos, O Mercado de Congressos no Brasil, na qual profissionais de eventos reportaram não dar a devida importância à analise de riscos em seus eventos, chegando a considerar “Eu sei organizar eventos, não preciso de análises de risco”(11%), “A análise de riscos poderia ser interessante, mas não tenho tempo nem dinheiro para lidar com isso” (11%), “A análise de riscos poderia ser interessante, mas não a ponto de fazê-la, porque nem sempre se pode prever tudo” e, pior, “É melhor guardar o dinheiro da gestão de riscos durante o planejamento e usá-lo se algo acontecer”(22%). Apenas 45% consideraram ser importante “ser proativo e gastar algum dinheiro fazendo uma análise de riscos durante o planejamento do evento”.
A tragédia de Santa Maria e outras que a sucederam, felizmente não com o mesmo grau de fatalidade, parecem não haver sido suficientes para alçar a Segurança em Eventos ao patamar da unanimidade. A pesquisa O Mercado de Eventos no Brasil, realizada pela Revista Eventos cinco anos depois (2018), revelou uma melhoria nos indicadores, com 57,65% considerando ser muito importante o gerenciamento de riscos em seus eventos. Respondendo às mesmas questões apresentadas em 2013, 4,71% ainda disseram ser “melhor guardar o dinheiro...”; 7,06% que “eu sei organizar eventos, não preciso de análises de risco”; 11,76% que “... nem sempre se pode prever tudo”; 16,47% que “... não tenho tempo nem dinheiro para lidar com isso”. A boa notícia é que 60% passaram a considerar importante “ser proativo e gastar dinheiro fazendo análise de riscos...”, um crescimento de mais de 20% se considerarmos os 45% de 2013. Mas ainda é muito pouco.
Sérgio Junqueira finaliza assim seu prefácio, significativamente intitulado “NÃO”: “Se pudéssemos sintetizar em uma palavra este livro, seria NÃO. A importância e a coragem de dizer não ao malfeito; dizer não ao risco não mitigado; dizer não aos que cobram facilidades, dificultando processos; dizer não aos maus profissionais; dizer não aos que insistem em colocar vidas humanas em risco”.
É disso que trata magistralmente a obra de Igor Pípolo, Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI. Os autores perpassam todos os escaninhos da segurança de um evento, iniciando por desmascarar alguns MITOS: ‘NÃO existem fórmulas infalíveis para dimensionar a segurança de um evento’; ‘Eventos que se repetem NÃO podem ter sempre o mesmo plano de segurança’; ‘NÃO se pode fazer um plano de segurança com orçamento predefinido´; ‘A tecnologia NÃO supre a maior parte das necessidade de segurança de um evento’; para finalizar lembrando serem FATO: ‘Em caso de acidente, são responsabilizadas as empresas envolvidas na realização do evento’; ‘Incidentes em eventos mancham a imagem das marcas envolvidas’; e ‘A segurança deixou de ser empírica para ser técnica’. Tudo recheado de muitos e interessantes exemplos.
O livro se desdobra nos capítulos seguintes: ‘Planejando um Evento Seguro’; ‘Diagnóstico de Segurança’ e ‘Plano de Segurança e seus Componentes’, detalhando e exemplificando processos sobre: critérios na escolha do local, providências legais, definição de políticas de segurança, controle de acesso, impedimento de entrada de armas e explosivos, rigor na prevenção de incêndios, combate a furtos e à ação de piratas, tratamento do público, proteção no percurso estacionamento/transporte público até os acessos ao evento, controle do fluxo de entradas e saídas do público, detalhamento de um dossier de planejamento (Planejamento), análise dos ambientes interno e externo, identificação dos riscos humanos, técnicos, naturais e biológicos e recomendações de segurança (Diagnóstico), e, novamente, controle de acessos, recursos tecnológicos e humanos, plano operacional e plano de contingência (Plano).
Resultado de imagem para livro Gestão de Riscos em Eventos no Século XXIPublicado em Portugal, aonde os autores vêm tendo atuação destacada nos últimos anos, Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI versa também sobre Ameaças Terroristas em Eventos no Século XXI e finaliza com quatro cases, três no Brasil e um na França. O primeiro em São Paulo, em 2001, logo após o atentado às Torres Gêmeas, em Nova York: como evitar riscos num evento realizado em local público cujo principal atrativo estava ligado a Marrocos, um país muçulmano! Além de ambientar várias passagens naquele país, o produto também retratava os costumes de um povo islâmico. Ainda antes do setembro/2001, a Globo havia escolhido Marrocos como cenário da próxima novela das 20h, “O Clone”, da consagrada autora Glória Peres. Vale a pena ler o livro, para saber as dificuldades e as soluções desenvolvidas por Igor, então responsável pela segurança dos eventos da emissora carioca.
O segundo case, também da Globo, “Criança Esperança”, um evento para milhares de crianças e seus acompanhantes, transmitido ao vivo em horário nobre, enorme audiência e breaks comerciais milionários. Qualquer incidente teria repercussão negativa internacional. Realizado reiteradamente em São Paulo, o que não minimizava os cuidados com sua segurança, esta foi redobrada quando foi realizado em Belo Horizonte. O primeiro cuidado, uma meticulosa inspeção do local de sua realização na capital mineira, mostrou um sério problema: os portões que circundavam as bancadas ficavam todos trancados com cadeados (isso durante um show com milhares de pessoas dentro do ginásio). Esse fato mostra também a importância de visitas técnicas realizadas com o local do evento em funcionamento. Consultado, o responsável disse ser essa a praxe desde sempre, para evitar invasões. Perguntado o que aconteceria se ocorresse um incidente que obrigasse o uso dos portões para evasão do público, o ‘responsável’ disse que nesse caso ele abriria os portões. Felizmente, nunca foi preciso, pois se o fosse, o enorme molho de chaves meticulosamente guardadas pelo “Senhor das Chaves”, teria causado dezenas, centenas de mortes. A solução foi simples, como indica Igor Pípolo no livro, mas indica a importância das visitas técnicas.
O terceiro case apresentado, versa sobre a Fórmula 1, ao lado do Super Bowl, Copa do Mundo e Olimpíada, eventos nos quais o rigor da segurança é levado a extremos. Além do atendimento preciso ao Regulamento dos promotores do evento esportivo, proteger os convidados de um camarote para 1.000 pax, todos VIPS, garantir a pontualidade de todos os contratados (pois atrasos não são admitidos), era preciso assegurar o entorno, seja o vão do piso (elevado) com seguranças permanentes e o muro de trás, aonde foi encontrado um buraco em dimensão que permitiria a passagem de um homem. Apesar de reiteradamente fechado com tijolos e cimento, amanhecia sempre aberto. Na derradeira tentativa, o pedreiro se defrontou com o cano de um revólver. Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI mostra esse case e como foi solucionado.
O último case transcorreu na França: a EURO 2016, realizada em estádios situados em 10 cidades, obedecia a dois objetivos do país sede: fortalecimento da ‘diplomacia do desporto’ e confirmação da competência francesa na gestão de megaeventos esportivos, com ênfase na segurança, diante da perspectiva da candidatura da França para sediar os Jogos Olímpicos 2024.
Segundo o livro, desde 2008, visando proteger os grandes eventos que a França sedia, havia sido criado o DIGES - Delegacia Interministerial de Grandes Eventos Esportivos, com dupla finalidade: é um portal que facilita as relações entre os serviços do Estado e as organizações dos eventos desportivos. Sua missão é assumida pelo delegado interministerial, nomeado pelo Conselho de Ministros, e uma equipe multidisciplinar de profissionais advindos de outros ministérios (Interior, Meio Ambiente, Desporto e Negócios Sociais), atuam transversalmente sob três pilares:
1. Assuntos Gerais e Institucionais – que dá atenção particular na responsabilidade por cartas de garantia, transporte, aspectos legais e nas relações com os anfitriões locais;
2. Apoio, Acompanhamento e Desenvolvimento – promovem as animações periféricas e as avaliações dos grandes eventos desportivos;
3. Segurança e Prevenção – assegura os conhecimentos especializados, o conselho e a coordenação da Segurança Pública e Defesa Cível, que é presidido por um integrante da Polícia Nacional
Apesar de todo esse aparato, a EURO 2016 aconteceu debaixo de duas ‘ameaças’: o recrudescimento do terrorismo na Europa e, em especial na França; e dúvida quanto à capacidade das empresas de segurança privada proverem a quantidade de mão-de-obra necessária. A USP - União das Empresas de Segurança Privada chegou a declarar que as empresas não poderiam se comprometer com o fornecimento da mão-de-obra requerida. Não era para menos, no balanço (positivo) do evento, verificou-se que mais de 90.000 pessoas foram mobilizadas para a segurança desse grande evento esportivo. O que fazer diante destes desafios, o livro Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI mostra.
Os autores Igor Pípolo e Fernando Montenegro concluem o livro afirmando: “com um clima privilegiado dentro do continente europeu, é sabido que Portugal entrou definitivamente na era dos grandes eventos. A tradição da qualidade e da segurança já é uma realidade nas terras lusitanas. O momento é auspicioso para o setor de eventos português, que ingressou na era do profissionalismo. E, se, por um lado, isto traz grandes oportunidades de negócios, também é uma grande responsabilidade. Afinal, ao alinhar-se aos melhores do mundo, Portugal obriga-se a seguir rigorosos padrões de qualidade e atender a um público crescentemente exigente. Um público que demanda um bom atendimento, organização impecável, conforto e, claro, segurança”.
Como pode-se constatar no livro Gestão de Riscos em Eventos no Século XXI, “da festa de lançamento de um produto à convenção ou congresso de uma categoria profissional, do show à competição esportiva, todos os eventos, pequenos, médios ou de grande porte, precisam de um plano de segurança sob medida para suas características e necessidades. Afinal, o que está em jogo é a proteção de vidas, a reputação de patrocinadores e produtores, a imagem das marcas envolvidas e a preservação de bens materiais”.
Vale para Portugal. Vale para o Brasil.
GESTÃO DE RISCOS EM EVENTOS NO SÉCULO XXI
Igor Pipolo e Fernando Montenegro
Prefácio: Roberto Medina
Capa: Alexandre Viola
Editora: Silabas & Desafios
2019
ISBN: 978 989 8842-43-5
Os interessados podem adquirir o livro através do e-mail- mf@nucleoconsult.com.br

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