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sábado, 6 de março de 2021

Estamos sob o soar das sirenes

Na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial o som das sirenes servia de alerta à população, para os bombardeios que viriam destruir suas cidades e vidas. Esse som, usado como um aviso para que as pessoas se protegessem, ainda hoje é motivo de trauma, pois era o prenúncio da tragédia, trazendo medo, angústia e insegurança há milhares.
O Brasil, diferente da população de outros países, nunca efetivamente vivenciou uma guerra ou teve que lidar com as conseqüências psicológicas, econômicas e sociais que ela acarreta. Talvez por isso mesmo, esteja tão difícil para as pessoas compreenderem o momento ímpar e trágico que vivemos.
Ontem (04/03) o país atingiu a marca de mais de 10.7 milhões de pessoas contaminadas pela covid-19, totalizando 260.970 mortos, número registrado pelo Ministério da Saúde, a partir de 27 de março de 2020. Nessa quinta-feira, foram contabilizados 75.102 novos casos e 1.699 mortes. Um número altíssimo de pessoas que perderam a vida para essa terrível doença e, pior, num horizonte sem perspectivas de queda na taxa: a letalidade está em 2.4%. O Brasil é hoje o país que pior lida com a pandemia!
Vimos cada vez mais relatos desalentadores de familiares, gestores e profissionais de saúde que tentam atender às filas que começam a crescer por leitos de UTI, que infelizmente, não darão conta de salvar vidas. Mais uma tragédia anunciada neste nosso país, cujo governo se isenta e ainda faz chacota do sofrimento da população.
Mato Grosso, nosso estado tão promissor e rico, agora está em quinto lugar dentre as Unidades da Federação em termos de coeficiente de mortalidade, a taxa aqui é de 167.6. Perdemos somente para o Amazonas, com taxa de 269.6, amargando o inglório primeiro lugar; seguido pelo Rio de Janeiro, com taxa de 193.8; Roraima vem na sequência com 188.7 e Rondônia, com 168.3. O coeficiente de mortalidade em Mato Grosso supera em mais de 30% a taxa do Brasil, que é de 124.2. Lembremos que os números são dinâmicos e podem piorar.
Nessa mesma quinta-feira, o estado do agronegócio, já chamado de “Celeiro do Mundo”, registrou 1.881 novos casos e 33 óbitos, sendo treze deles em Cuiabá, contabilizando 440 novos casos. A capital tem péssimos prognósticos devido ao aumento da demanda, já que a taxa de leitos de ocupação de UTI´s no Estado chegou a 96.86%, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde.
Cuiabá terá que dar conta dos seus próprios doentes e, invariavelmente, cada dia receberá maior demanda do interior, se os comportamentos não se modificarem. Mesmo sem números oficiais, já sabemos que na capital os hospitais privados também estão com dificuldades para atender toda a demanda. O colapso do sistema é uma realidade brasileira, refletindo o pior momento da pandemia.
Enquanto isso, gestores municipais brigam para minar ações restritivas, inclusive, indo a tribunais, mesmo tendo diversos especialistas apontando as atuais medidas como ineficientes para dar conta do momento atual, com índices de contaminação e mortes elevadíssimos. Há quem defenda lockdown geral de 21 dias e, quem diz, tem acertado todas as tristes previsões desta escalada da pandemia.
A hora é de união entre gestores de todos os níveis e a população, a pandemia afeta a todos, é uma condição coletiva. A falta de responsabilidade de um, pode ceifar a vida de muitos, inclusive, dentro da própria casa. Cada dia são mais histórias de diferentes integrantes de uma mesma família indo a óbito, e agora, sem relação direta com faixa-etária ou condições de saúde mais vulneráveis. Isso sem contar o índice de sobreviventes que carregam sequelas.
As sirenes estão tocando, mas parece que as pessoas não estão percebendo que é urgente se proteger. As bombas estão caindo em nossas cabeças, destruindo simbolicamente nossas casas, amores, sonhos e cidades. Um país está sendo destruído, se desfazendo com muita agilidade através de uma estratégia perversa.
Não há solidariedade suficiente e nem mesmo empatia para com os afetados pelas balas e canhões, como se os estilhaços não fossem atingir a casa ao lado. Agora é hora de lutar pela vida, priorizando a saúde.
Todos devem se responsabilizar por si e pelo seu próximo, mesmo não o vendo “ainda” como seu semelhante. E, aos negacionistas e defensores da economia, é urgente entender que mortos não consomem, trabalham ou votam. Saúde e economia andam juntas. Os países que estão economicamente mais saudáveis são aqueles que enfrentaram a doença e não a subestimaram.
É preciso salvar vidas, com respeito – trabalhando a conscientização e unificando o discurso baseado na ciência. Pode parecer que todos já sabem o que deve ser feito: uso de máscara, distanciamento social, higiene das mãos, mas atitudes discrepantes são cotidianamente estimuladas. As pessoas não estão fazendo o que devem, e muitas vezes sem noção do que estão causando a si mesmas. Além disso, cabe ao poder público garantir Vacinas Urgentemente, de forma ampla e gratuita, se quisermos seguir como nação.
Luciana Oliveira Pereira é jornalista em Cuiabá

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