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sexta-feira, 1 de abril de 2022

Geodiversidade

O leitor já deve ter ouvido falar muitas vezes sobre a biodiversidade. Este termo se refere as inúmeras formas de vida que existem no planeta e a relação entre elas. No nosso planeta também existe uma ampla
variedade de minerais, rochas, fósseis, estruturas geológicas, formas de relevo, tipos de solo, entre outros. Para reunir esse conjunto de elementos se criou o termo geodiversidade. Neste texto será discutido a necessidade de criar ou consolidar políticas públicas que garantam a boa gestão deste recurso não renovável do nosso planeta.
Mas qual a importância da geodiversidade na sua vida?
O uso da geodiversidade, por meio dos recursos minerais, possibilitou o desenvolvimento tecnológico da humanidade, desde a idade da pedra lascada até a sociedade tecnológica atual. Nesta caminhada, as rochas que se formaram ao longo de toda a história do planeta, foram usadas para fazer desde ferramentas pré-histórica, como uma ponta de lança, chegando até as mais modernas tecnologias, que só são possíveis graças a combinação de diversos elementos químicos, extraídos da natureza por meio da atividade de mineração.
Porém uma outra função da geodiversidade é desvendar o passado. As rochas, solos, feições do relevo, trazem importantes informações sobre como era a vida, o clima, a disposição dos continentes, sobre quais eventos marcaram a história da terra, enfim sobre tudo que já aconteceu entre a formação da terra e os dias atuais. Os registros geológicos possibilitam identificar a frequência de eventos que ocorrem em períodos de décadas, séculos, milênios e chegando a milhões ou bilhões de anos. Por exemplo, por meio de análise geológica, é possível identificar áreas onde ocorrem processos de dinâmica superficial, como escorregamentos, que podem afetar as pessoas que vivem em uma região. Mas os registros geológicos também nos ajudam a contar a história dos ciclos de fragmentação e formação de supercontinentes, que duram cerca de 400 milhões de anos.
O uso da geodiversidade como recurso mineral ou energético (no caso do petróleo e gás), precisa ser pensado a longo prazo, pois estes não se formam na velocidade em que consumimos. Ou seja, uma vez que utilizado esses recursos, no máximo, podemos tentar reciclá-los por meio da economia circular. Desta forma, o país precisa sempre ter legislações que visem o uso consciente e o máximo de aproveitamento possível desses recursos naturais não renováveis.
Tanto para que os recursos minerais ou energéticos sejam encontrados e utilizados da melhor forma possível, como para identificar, estudar e desenvolver a correta gestão dos elementos de geodiversidade que possuam uma elevada relevância, é necessária a atuação de profissionais da geologia e de outras profissões.
No Brasil o maior problema está na preservação de locais onde existam registros geológicos singulares, ou seja, aqueles que possuem uma importância muito grande para a sociedade devido a serem praticamente únicos, seja em escala regional ou até mesmo internacional. Se alguns desses elementos forem destruídos, nunca poderão ser recuperados, o que representa uma perda significativa em âmbito científico, educacional ou turístico.
No campo governamental, a criação de mecanismo de proteção de elementos de geodiversidade de grande relevância é uma ação que requer atuação urgente do legislativo. Em nosso país, nos últimos anos diversos sítios reconhecidos internacionalmente (Ex. Coluna White e Domo de Araguainha) foram objetos de empreendimentos, sem que se fosse realizado os devidos estudos para garantir a preservação de importantes feições geológicas. Ao desenvolver obras sem que sejam realizadas as devidas análises, além de poderem apagar para sempre alguma informação sobre o planeta, também pode-se perder importantes locais de divulgação cientifica, educação e turismo. Ou seja, se perde uma excelente oportunidade de avançar na construção de um modelo de desenvolvimento sustentável.
Caiubi Kuhn, Professor na Faculdade de Engenharia (UFMT), geólogo, especialista em Gestão Pública (UFMT), mestre em Geociências (UFMT), Conselheiro Titular no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA-MT).  

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